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Dom Claudio Dalla Zuanna, Arcebispo da Beira (Moçambique) Dom Claudio Dalla Zuanna, Arcebispo da Beira (Moçambique) 

Arcebispo exorta aos políticos a se concentrarem na paz em vista das eleições de outubro

No momento em que Moçambique embarca em campanhas eleitorais presidenciais e legislativas a nível nacional, com início marcado para este sábado 24 de agosto, o Arcebispo da Beira, Dom Claudio Dalla Zuama, SCI, apelou aos líderes políticos para darem prioridade à paz e à política em vez do conflito e de discursos de ódio.

Por Wesley Omondi – CISA África

Com as eleições gerais agendadas para 9 de outubro deste ano, a mensagem do Arcebispo chega num momento crítico, enfatizando a importância de uma atmosfera de campanha construtiva e respeitosa. “Este é um momento para mostrar o que cada partido representa, para envolver os cidadãos num diálogo significativo sobre o futuro da nossa nação”, disse o Arcebispo, advertindo que ‘não deve ser uma plataforma para semear a discórdia e o ódio’.

O apelo de Dom Claudio Dalla Zuanna tem como pano de fundo as eleições em Moçambique, onde os períodos eleitorais têm sido frequentemente marcados por violência e hostilidade verbal. O Arcebispo Dalla Zuanna exortou os líderes políticos do país a aproveitarem esta época de campanha para apresentarem políticas claras e substantivas, em vez de recorrerem a ataques pessoais e a uma retórica inflamada. 

A preocupação do prelado é particularmente pungente dado o clima político turbulento a que Moçambique assistiu no passado. As eleições autárquicas de outubro de 2023 foram notoriamente contenciosas, com protestos que irromperam em várias áreas, levando a uma resposta policial pesada que resultou na morte de pelo menos quatro pessoas.

A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) tinha declarado o partido no poder, a FRELIMO, vitorioso em 64 das 65 posições em disputa, incluindo áreas tradicionalmente consideradas bastiões do partido da oposição, a RENAMO. Os resultados oficiais foram recebidos com cepticismo, uma vez que organismos independentes que realizaram apuramentos paralelos levantaram questões sobre a exatidão dos anúncios da CNE.

“Uma eleição pacífica e transparente é a pedra angular da democracia”, observou Dom Claudio, acrescentando que ‘a Comissão Eleitoral e as forças da ordem devem atuar com imparcialidade e respeito pela lei, assegurando que o voto de cada cidadão conte e que o ambiente eleitoral seja seguro e justo’.

 Na sua declaração, o Arcebispo Dalla Zuanna dirigiu-se também à CNE e à polícia, exortando-as a cumprirem os seus deveres com imparcialidade e integridade. Sublinhou que a conduta destas instituições é crucial para fomentar a confiança pública e garantir um processo eleitoral justo.

 “Quando as campanhas são conduzidas com respeito e se concentram em questões reais, é mais provável que as pessoas participem”, disse ele, enfatizando que ‘é nossa responsabilidade colectiva garantir que esta eleição fortaleça, em vez de enfraquecer, as nossas bases democráticas’.

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24 agosto 2024, 12:39