O Sudão continua em guerra
Mvuato Sebastião Miezi, Vatican News (com Agenzia Fides)
As vítimas são civis, afectadas por bombardeamentos como o que atingiu um mercado a sul de Cartum no domingo, 13 de outubro, provocando, pelo menos, 23 mortos e 40 feridos. O massacre é atribuído a um bombardeamento efectuado por aviões das SAF que utilizam a arma aérea para tentar dominar as forças das RSF que se encontram barricadas nalguns redutos bem defendidos da capital. As intenções do Exército de invadir estas posições são sérias, como se pode deduzir das fotografias divulgadas pelo Sudan Tribune de camiões blindados acabados de receber pelas SAF, estruturados como verdadeiras mini-forças ambulantes destinadas a enfrentar os atiradores furtivos escondidos nos telhados. Equipados com blindagem pesada e câmaras de 360º, os carros blindados têm a missão de proteger o avançamento dos soldados regulares de uma das maiores armadilhas encontradas no combate urbano: atiradores armados com espingarda de precisão ou lança-foguetes anti-tanque. A outra grande armadilha são as minas e os engenhos artesanais.
A guerra esquecida do Sudão não é uma guerra religiosa, a maioria dos combatentes partilha a mesma fé muçulmana, mas há incidentes que envolvem minorias cristãs. Como aconteceu no início de outubro, quando um grupo de crentes pertencentes à Igreja cristã do Sudão Al Iziba foi capturado por membros dos serviços secretos militares das SAF em Cartum Norte.
De acordo com Osama Saeed Musa Koudi, presidente da União da Juventude Cristã Sudanesa, citado pelo diário online Altaghyeer, os detidos foram presos em grupos entre 2 e 7 de outubro e incluem 16 homens, 25 mulheres e 54 crianças. Todos originários dos Montes Nuba, são acusados de ser apoiantes das RSF, apenas porque permaneceram nas zonas de Cartum ocupadas pelas RSF, pela simples razão de não terem possibilidade de partir para outro local.
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