Família e unidade do país no centro da Plenária dos Bispos paraguaios
Assunção
Tutela da família, desenvolvimento do país, jovens e missão eclesial: estes foram os pontos cardeais da reflexão dos bispos do Paraguai, reunidos em sua 216ª Assembleia Plenária, concluída em 27 de outubro.
Ao final dos trabalhos os prelados – que de 5 a 12 de novembro estarão no Vaticano para a visita ad Limina Apostolorum – divulgaram uma nota com a síntese dos principais temas dos debates e as instâncias que apresentarão ao Papa Francisco, “com fé na sede apostólica e em espírito de partilha e comunhão com a Igreja universal, na esperança e na caridade”.
Tutela da vida e da família
Em primeiro lugar, a Igreja do Paraguai propõe a tutela da vida e da família, expressando particular preocupação pela “ideologia de gênero”.
Tal teoria – lê-se no documento – tem comprometido gravemente a compreensão da identidade do homem e da mulher e da ligação que é expressa no matrimônio e na família”.
Disto, o apelo dos prelados contra “os estereótipos ou a negação das diferenças” no âmbito da sexualidade, enfatizando ao mesmo tempo que a Igreja “não promove nenhuma forma de discriminação ou de privação dos direitos” de ninguém.
A CEP, todavia, reitera que “não é justo privar os pais de seu direito e da sua responsabilidade de educar os próprios filhos, impondo a eles uma tese contrária à verdade biológica, acompanhada de uma explicação cultural simplista”.
Tudo isto – evidenciam os prelados – “exige o respeito e a convivência democrática”, excluindo o risco de “distorcer a verdade, ofender a fé cristã, manipular as consciências e iniciar práticas contrárias à defesa da vida e da pessoa humana”.
Eleições presidenciais
Quanto ao desenvolvimento do país, os bispos olham em particular para as eleições presidenciais, programadas para 22 de abril de 2018.
“O início do período eleitoral – afirmam – implica para todos os cidadãos a possibilidade de fazer escolhas para o presente e o futuro, para discernir as implicações morais e religiosas dos programas políticos dos candidatos”.
Nesta ótica, os prelados exortam a olhar para o princípio da caridade, para que regule “não somente as micro-relações dentro da família e pequenos grupos, mas também para as macro-relações sociais, econômicas e políticas”.
Assim, o chamado aos políticos para que tenham um olhar amplo e saibam assegurar “trabalho digno, educação e assistência sanitária” a todos os cidadãos, para que assim, abrindo-se “à transcendência, possa ser superada a dicotomia e o bem comum”.
Confiança, unidade, diálogo e harmonia, portanto, deveriam ser os pilares fundantes da atuação dos políticos do Paraguai, para que nenhum grupo social seja excluído.
Aos cidadãos, além disso, os pastores do Paraguai exortam para que “exerçam o seu voto com responsabilidade”, “com uma atitude madura”, para que escolham os candidatos “sem deixar de lado seus valores e seus princípios, a fé e a visão antropológica e social que guia a ação da Igreja no mundo, em particular em relação à dignidade da vida e da família”.
Juventude
Os bispos paraguaios dirigem um ulterior pensamento aos jovens , para quem, desde 2016, é dedicado o “Triênio da Juventude”.
Central, portanto neste âmbito, o conceito de “amizade com Jesus” e da união com Ele e com a sua Verdade, por um compromisso dos jovens em favor de “um país honesto, équo e solidário”.
Missão eclesial
Por fim, o último ponto do documento diz respeito à missão eclesial: “Queremos uma Igreja jovem, em saída, alegre e missionária, pronta para servir, que continue a ser protagonista de um mundo mais humano e de uma sociedade mais fraterna” – afirmam – referindo-se à carta enviada pelo Papa Francisco ao Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, Card. Marc Ouellet, em19 de março de 2016.
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