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Uma cidade partilhada entre as três religiões e dois povos, defende o Custódio Uma cidade partilhada entre as três religiões e dois povos, defende o Custódio 

Custódio da Terra Santa: uma Jerusalém compartilhada entre dois povos e três religiões

Padre Francesco Patton lamenta as consequências de declarações feitas de forma unilateral, exortando a um trabalho diplomático com prudência e sabedoria. O status quo da cidade evita um desequilíbrio para uma única direção.

Cidade do Vaticano

“Sabemos qual é a posição da Santa Sé, a posição que sempre prefere  quando se fala de Jerusalém: recordar que deve ser uma cidade compartilhada antes que uma cidade dividida, portanto, uma cidade partilhada entre dois povos e uma cidade partilhada entre três religiões”, defende o Custódio da Terra Santa, padre Francesco Patton, em entrevista concedida ao Vatican News.

“Obviamente, os dois povos são o povo israelense e o povo palestino e as três religiões são o judaísmo, o islã e o cristianismo. Portanto, é por isto que seguidamente se faz referência ao chamado “status quo”, isto é, a situação que evita um desequilíbrio, por assim dizer, em uma única direção.”

“A ideia de fundo – continuou o religioso franciscano -  é precisamente aquela de fazer de Jerusalém uma realidade partilhada”.

“Eu sempre me preocupo com as consequências que existem em nível local, quando são feitas declarações de forma unilateral”, reiterou.

“É sempre bom fazer trabalhar a diplomacia, que conhece também a medida da linguagem, aquela que o Papa Francisco chamou de sabedoria e prudência. Portanto, saber que em uma realidade como a de Jerusalém, as palavras podem tocar sensibilidades muito particulares. E por consequência, é preciso sempre consultar-se e prestar atenção para não desequilibrar um processo que requer uma grande capacidade de equilíbrio”.

“Aquilo que observamos – disse o Custódio – não é uma mudança de vida ali em Jerusalém, mas uma menor vinda de peregrinos a Jerusalém. Muitos que desejavam vir para as festas de Natal cancelaram a viagem. Isto nos desagrada, porque isto é perder uma ocasião: a ocasião também de viver na fé o mistério da encarnação, onde a encarnação se realizou”.

“Isto representa – é a sua avaliação - também uma diminuição de apoio à pequena comunidade cristã local, que tem necessidade de sentir a proximidade dos cristãos de todo o mundo. E é também um dano – eu diria – econômico para a pequena comunidade cristã local, que pode viver da dignidade do próprio trabalho sobretudo graças à presença dos peregrinos. Os peregrinos da Terra Santa sempre foram respeitados e o são também agora. Portanto, a mim pessoalmente desagrada que exista um pouco este temor”.

Interpelado sobre o que diria ao presidente dos Estados Unidos se tivesse a oportunidade de fazê-lo respondeu: “Diria a ele que nós na Terra Santa rezamos todos os dias para que se estabeleça a paz, e rezamos para que todos os homens que têm poder neste mundo, trabalhem para favorecer este processo”.

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22 dezembro 2017, 19:37