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Nas Filipinas, missa com o Cardeal Tagle pela festa do Nazareno negro

Também este ano a imagem centenária em madeira do Cristo percorreu as ruas do centro de Manila. Em termos de celebrações de caráter religioso, a procissão do Nazareno negro encontra-se entre as mais famosas e participadas do país asiático.

Cidade do Vaticano

“A vida não se apoia no poder. Nascemos desprovidos de poder, e também quando morreremos não poderemos dispor dele. Por isso devemos buscar ser um instrumento de vida para os outros”: foi o que afirmou o arcebispo de Manila, nas Filipinas, e presidente da Caritas Internacional, Cardeal Luis Antonio Tagle, durante a missa de meia-noite celebrada por ocasião da tradicional procissão com a imagem de madeira do Cristo (Nazareno negro), que se realizou na segunda-feira pelas ruas do centro da capital filipina.

Imagem representa Jesus carregando a cruz

Durante a homilia o purpurado denunciou a avidez e a fome de poder no mundo, advertindo que “esquecer a importância de servir a Deus significa trilhar por um falso caminho”.

Todos os anos, o traslado da escultura sacra de seu lugar original, a igreja de São Nicolau de Tolentino, até a paróquia de Quiapo, conclui a novena (31 de dezembro a 9 de janeiro), e tem a participação de milhões de fiéis reunidos em oração, para pedir uma graça ou um milagre pessoal.

Presente na celebração também o núncio apostólico no país asiático

Além de numerosos sacerdotes e bispos provenientes de várias dioceses do arquipélago, encontrava-se presente na celebração presidida pelo Cardeal Tagle, o núncio apostólico nas Filipinas, o arcebispo Gabriele Giordano Caccia.

Também este ano a imagem centenária em madeira do Cristo percorreu as ruas do centro da metrópole, acolhida em sua passagem por cidadãos e turistas unidos em oração. Em termos de celebrações de caráter religioso, a procissão do Nazareno negro encontra-se entre as mais famosas e participadas do país asiático.

A imagem sacra representa Jesus curvo sob o peso da cruz. Ela foi levada a Manila por um sacerdote agostiniano espanhol em 1607, a bordo de uma embarcação proveniente do México. Segundo a tradição a embarcação pegou fogo repentinamente durante a viagem, mas a representação de Cristo milagrosamente não foi danificada pelo incêndio, ficando, porém, enegrecida. A procissão representa o primeiro traslado da escultura sacra, verificado em 9 de janeiro de 1767.

Quase vinte milhões di fiéis na procissão de mais de 20 horas de duração

Os funcionários prepostos à segurança da igreja de Quiapo divulgaram que o número de fiéis presentes na tradicional procissão chegou quase a vinte milhões, registrando um aumento de 5% em relação à procissão de 2017, tendo tido quase 21 horas de duração.

O grande afluxo de fiéis provenientes de todo o arquipélago filipino e do exterior  impôs, como de costume, rígidas medidas de segurança, embora este ano as forças da ordem não tenham identificado ameaças diretas à tranquila realização da cerimônia religiosa. A segurança foi garantida por um efetivo de sete mil policias, aos quais se somaram pouco mais de quinhentos soldados do exército, refere a agência AsiaNews.

Área metropolitana declarada "zona de exclusão aérea"

Ademais, para a ocasião a polícia de Manila proibiu o porte de armas na metrópole entre os dias 8 e 10 de janeiro e a temporânea suspenção das telecomunicações no raio de um quilômetro do percurso da procissão. Toda a área metropolitana foi declarada “zona de exclusão aérea”, não somente para aviões, mas também para drones.

Além de imponentes desvios do tráfico automobilístico, o prefeito de Manila, Joseph Estrada, assinou um decreto executivo com o qual proibiu a venda, consumo e distribuição temporária de licores e alcoólicos no raio de meio quilômetro em torno do percurso da procissão.

Na segunda-feira (08/01), por disposição da administração municipal, as aulas foram suspensas nas escolas públicas e privadas. Por fim, o prefeito decretou feriado para todos os funcionários das repartições, secretarias e comissões públicas de modo a permitir, a quem quisesse, participar das celebrações.

(L’Osservatore Romano)

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10 janeiro 2018, 19:20