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Papa Francisco e Padre Tom Uzhunnalil Papa Francisco e Padre Tom Uzhunnalil 

Sacerdote sequestrado no Iêmen relata os dias no cativeiro

Nesta crônica, Pe. Olmes descreve a Assembleia do Vicariato Sul da Arábia, da qual participaram os últimos sacerdotes que permanecem atuando no Iêmen.

Missionário Pe. Olmes Milani - Dubai

De 8 a 11 de janeiro, os sacerdotes, religiosas e religiosos do Vicariato Sul da Arábia, participaram da Assembleia Anual, presidida pelo bispo Paul Hinder, que se realizou em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. O núncio apostólico para os países do Golfo Pérsico, Arcebispo Francisco M. Padilla também participou, dando uma palestra sobre a conjuntura atual da região.

O destaque do encontro foram os últimos missionários que trabalharam, no vizinho Yêmen cuja população foi reduzida à miséria pela guerra civil na qual forças externas e grupos terroristas entraram em cena, complicando ainda mais a situação. Trata-se dos padres salesianos, Tom Uzhunnalil e Jorge Muttathuparambil.

O padre Jorge relatou as inúmeras dificuldades e falta de segurança para exercer a missão sob a contínua ação dos grupos ligados ao Estado Islâmico e à Al-qaeda e sob os ataques das forças de coalizão externa. Ao regressar à Índia, seu país, para renovar o passaporte, foi-lhe negado o visto de retorno, ficando assim, sozinho, o Padre Tom para apoiar às Irmãs da Caridade de Madre Teresa e exercer o ministério para os poucos cristãos da região de Sana, capital do país.

No dia 4 de março de 2016, quando o padre estava no asilo para idosos administrado pelas irmãs, um grupo de terroristas invadiu a instituição, matando quatro das cinco religiosas e mais doze ajudantes. Terminada a chacina, sem ter encontrado a religiosa superiora que se havia escondido na câmara fria, vendaram o olhos do padre Tom, levando-o, de carro, para um lugar de cativeiro.

Durante 18 meses, o padre Tom passou por três cativeiros. De olhos vendados ou de burca, sem comunicação e vista para o exterior, testemunhou que o fortaleceu a fé em Deus. Por isso jamais sentiu medo de morrer.  Os longos dias transcorreram em oração e meditação. Sem o auxílio de uma Bíblia e Livros Litúrgicos, “celebrava” a missa de memória, sem as espécies do pão e do vinho.

Finalmente, no dia 12 de setembro de 2017, padre Tom foi levado para a fronteira com Omã, entregue às autoridades locais. Depois de agradecer ao Sultão de Omã que, com o Vaticano e o Vicariato Sul da Arábia, fez gestões importantes para sua libertação, viajou para Roma onde se encontrou com o Papa Francisco.

Testemunhou que durante o tempo de cativeiro encontrou força na fé, oração e mantendo a mente criativa.

Ouça a crônica do Pe. Olmes Milani

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02 fevereiro 2018, 12:36