Conselho Mundial de Igrejas: Síria, uma afronta ao direito internacional
Cidade do Vaticano
O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) expressou consternação e preocupação pela dramática escalada de violência e ofensivas contra civis na região de Ghouta oriental, na Síria.
Numa declaração, o organismo ecumênico repudia com firmeza o que está acontecendo na Síria, onde mais de 550 pessoas, dentre as quais 130 crianças, mulheres e idosos, foram mortas, e pelo menos 2.500 ficaram feridas desde o início dos bombardeios de 18 de fevereiro.
“O CMI está ferido e chocado com a situação terrível vivida pela população síria. Uma tragédia que não para, não obstante a resolução 2401 aprovada por unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU, em 24 de fevereiro passado, que impõe o cessar-fogo humanitário imediato”, afirma o comunicado.
Segundo o organismo ecumênico, “a sequência da ofensiva militar do Exército sírio contra civis e a proibição do acesso de ajuda humanitária à população civil, que vive em estado contínuo de assédio há cinco anos, é moralmente e eticamente inaceitável. Uma ofensa, uma afronta a todas as normas estabelecidas pelo direito internacional e humanitário”.
O Conselho Mundial de Igrejas e o secretário-geral do organismo, Rev. Olav Fykse Tveit, condenaram o ataque contra os civis sírios e “convidam, urgentemente, o Conselho de Segurança da ONU, sobretudo os países que têm influência direta no território, a colocarem imediatamente fim a essa tragédia perpetrada na região de Ghouta oriental, que recentemente afetou também Efrin e outras regiões assediadas”.
O organismo exorta a Comunidade internacional a pressionar a fim de que o cessar-fogo seja definitivo. “As nossas orações”, prossegue o comunicado do CMI, “são para as pessoas na Síria que sofrem pela guerra e a violência, por injustiças e opressões. Estamos próximos com o coração aos que pensam que foram esquecidos pela Comunidade internacional”.
A declaração se conclui com um pedido a Deus a fim de “confortar todos aqueles que perderam os seus entes queridos. Somos solidários com o povo sofredor da Síria e esperamos que as suas aspirações de liberdade e dignidade humana possam ser alcançadas”.
O CMI faz um apelo para que “essa guerra absurda possa ter fim através de um processo político guiado pelas Nações Unidas, conforme as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança da ONU”.
Recordamos que na sexta-feira (02/03), às 13h locais de Roma, haverá na Sala de Imprensa da Santa Sé a coletiva de imprensa de apresentação das iniciativas para celebrar os 70 anos do Conselho Mundial de Igrejas.
Participam da coletiva o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch, e o secretário-geral do CMI, Rev. Olav Fykse Tveit.
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