D. Adilson Busin: "abrir o nosso coração e dar de nossa pobreza"
Osnilda Lima - Boa Vista
Cristiane Murray - Cidade do Vaticano
A Venezuela enfrenta uma violenta crise política, econômica e social que avança e se configura como uma grande crise humanitária, já comparada em números e forma com a crise humanitária da Síria. O êxodo dos venezuelanos afeta diretamente o Brasil, de maneira especial dois estados: Amazonas e Roraima, mas também a Colômbia.
Pela proximidade das fronteiras, os imigrantes e refugiados entram no Brasil pelo município de Pacaraima, em Roraima, cuja população local não ultrapassa os 12 mil habitantes. De lá, a maioria segue para Boa Vista, a menor capital em número populacional do Brasil.
Migrantes em condição precária encontram preconceito e rejeição
Fome, famílias e mulheres grávidas vivendo nas ruas, desnutrição, crianças fora da escola, insalubridade nos abrigos, e xenofobia, esta é a condição dos imigrantes e refugiados que estão vivendo precariamente no norte do país.
As necessidades básicas dos imigrantes que atravessam a fronteira diariamente vão desde alimentação, medicamentos e abrigo, até o acesso aos procedimentos burocráticos necessários para obter documentos provisórios. Em Boa Vista, eles formam longas filas em frente à sede da Polícia Federal para pedir o status de refugiados e conseguirem os documentos para trabalhar regular no Brasil.
Missão Fronteiras Brasil/Venezuela estuda a situação
Atenta a essas realidades, a Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano (CEPEETH) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizou entre os dias 01 a 04 de março de 2018, nas cidades de Boa Vista e Pacaraima (RR), a missão “Fronteiras Brasil/Venezuela”, da qual participaram o bispo da Diocese de Balsas (MA) e Presidente da CEPEETH, Dom Enemésio Lazzaris, o bispo auxiliar da arquidiocese de Porto Alegre (RS) e membro da CEPEETH, Dom Adilson Pedro Busin, o assessor da CEPEETH Frei Olavio Dotto e a secretária, Irmã Claudina Scapini.
Também integraram a comitiva colaboradores nomeados pela CNBB, representantes da Comissão Justiça e Paz-Regional Norte 2 da CNBB; Secretário Executivo do Regional Norte 1 da CNBB; Setor Mobilidade Humana da CNBB; Comissão Pastoral da Terra(CPT); Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH); Pastoral da Mulher Marginalizada (PMM); Cáritas Brasileira; Rede Um Grito pela Vida da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB); Pastoral dos Migrantes (SPM); Pastoral do Menor e Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil).
Para Dom Adilson Pedro Busin, “ninguém emigra porque quer; ninguém deixa sua família e seu lar se não se sente obrigado, violentado".
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