Prisão de Padre Amaro no Pará: indignação da REPAM
Cristiane Murray – Cidade do Vaticano
Foi preso na manhã desta terça-feira (27/03), na cidade de Anapu (PA), o Padre José Amaro Lopes da Silva, defensor dos povos da região. Amaro já ingressou nesta terça-feira no Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRALT). O presídio é o mesmo onde cumpre pena de 30 anos o mandante do assassinato de Dorothy Stang, o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, conhecido como 'Taradão', preso em setembro de 2017 - 12 anos após o crime.
Padre Amaro vinha dando continuidade à missão da missionária estadunidense Dorothy Stang, assassinada em 2005.
A Rede Eclesial Pan-amazônica, REPAM, emitiu nota de repúdio à medida e apoio à sua incansável luta:
"Sim! Milhares de trilhas iniciadas por Irmã Dorothy Stang, continuam abertas depois de seu martírio em 12 de fevereiro de 2005, no município de Anapu, Estado do Pará. Trilhas estas, continuadas pelo Padre Amaro Lopes, conhecido, amado e respeitado por sua incansável luta em defesa dos direitos humanos, especialmente dos camponeses, pequenos agricultores da região de Anapu. Gente simples e de grande valor na defesa da Amazônia e da ecologia integral.
Dando continuidade ao trabalho de Irmã Dorothy, Padre Amaro atua no município de Anapu (PA), na Paróquia Santa Luzia, como líder comunitário e coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT) na região. Há muitos anos, defende a regularização fundiária e o justo assentamento de centenas famílias de camponeses pobres da região vinculados ao Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS). Em sua missão, tem se colocado à serviço da causa dos trabalhadores e trabalhadoras do campo sendo um suporte para a sua organização, seu protagonismo e sua incansável luta em defesa da Amazônia.
Da mesma forma que reconhecemos as injustiças da condenação de Jesus, reconhecemos também que o mesmo se passa com Padre Amaro. Por isso, compartilhando das mesmas dores de Jesus, clamamos por justiça e bradamos pela imediata libertação deste nosso irmão. Repudiamos veementemente as acusações impetradas sobre ele de forma caluniosa.
Manifestamos nossa solidariedade e nos colocamos ao seu lado, pedindo que se faça justiça com transparência e neutralidade. Que a verdade dos fatos seja apurada com o rigor da justiça, e que o Padre Amaro tenha o direito de responder ao processo em liberdade, como o é permitido a qualquer cidadão em situação parecida.
Estamos apreensivos e acompanhamos a investigação e espera pela rápida elucidação dos fatos".
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