Dom Pizzaballa: construir entre nós e com todos laços de comunhão
Cidade do Vaticano
“Coragem! Não permitamos ao medo e à resignação de atrasar ou parar a corrida do Evangelho em nossa Terra!”
Foi o que disse, nesta quinta-feira (29/03), o administrador apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém, Dom Pierbattista Pizzaballa, na Missa do Crisma celebrada no Santo Sepulcro, em Jerusalém.
“Continuamos com alegria a distribuir a todos o pão da vida! Vamos insistir em construir entre nós e com todos relações fraternas e laços de comunhão”, exortou o arcebispo, dirigindo-se aos bispos, sacerdotes, seminaristas, religiosos e peregrinos presentes, segundo a Agência Sir.
“O que nos parece hoje sinais do fim se tornarão, por Sua graça e pela nossa fé, profecia de inícios novos! Feliz Páscoa na fé que tudo crê, na esperança que tudo vê e no amor que tudo doa.”
Sublinhando que “não é possível entrar no mistério da Páscoa do Senhor sem passar pela sua última noite na cidade de Jerusalém, noite da traição e negação”, Dom Pizzaballa recordou as muitas noites da vida e do ministério nessa terra santa e difícil.
“Não precisamos de muita imaginação para reconhecer que às vezes até mesmo o nosso ministério sacerdotal e os nossos esforços de pastores passam pela noite. Dificuldades interiores e exteriores, pessoais e de nossas comunidades, o clima social e político sempre muito tenso e incerto, a violência que muitas vezes espanta e bloqueia a vida e os projetos, a sensação de nos sentir impotentes e estrangeiros em nossa terra e entre as pessoas, a fuga de muitas famílias cristãs e o medo de permanecer sozinhos e isolados. São várias as razões que parecem apagar a confiança e obscurecer a esperança. Como para os discípulos naquela noite, também para nós as tentações de fuga e resignação, de raiva e violência parecem a única reação possível ao momento difícil que estamos vivendo.”
“Mas, o caminho proposto pelo Senhor, é diferente”, disse Dom Pizzaballa.
“Aceitando entrar profundamente em nossas noites, Cristo não se afastou do medo em todas as suas formas: medo da incompreensão e da solidão, do abandono e da traição, da fadiga e do sofrimento físico e psicológico, até à morte. Por meio dela, a impotência e o fracasso são transformados numa fonte de esperança. Cristo não venceu a morte fugindo dela, mas passando por ela, suportando com amor o seu peso e abrindo-a com confiança e esperança ao mistério do Pai.”
“A nossa missão nesta terra, mesmo entre as dificuldades que conhecemos, vivida na fé, na esperança e no amor, no dom gratuito e generoso de nós mesmos, é a nossa maneira concreta de fazer como o Senhor fez para que possa haver ressurreição para nós e para a nossa Igreja. Não existem atalhos para chegar à Páscoa: traição e espada, subterfúgios e acordos prolongam e não encurtam a noite. A vitória do amor só vem depois do sacrifício do amor. O ressuscitado é o crucifixo! Não queremos e não podemos percorrer outros caminhos que não sejam o glorioso Caminho da Cruz para uma vida e ministério novos e fecundos.”
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