Papa, o único a não usar a arma da hipocrisia sobre a Síria, diz AIS
Cidade do Vaticano
Não permitir que o mais recente apelo do Papa Francisco em favor da Síria caia no vazio e no esquecimento.
Esta é uma das preocupações do diretor da Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), Alessando Monteduro, após o novo apelo do Pontífice pela Síria feito no Regina Coeli do último domingo: "Que se percorra o caminho da negociação, o único que pode levar a uma paz que não seja a da morte e da destruição".
No Regina Coeli do último domingo, o Santo Padre condenou o uso de armas químicas na Síria:
“Notícias terríveis chegam da Síria de bombardeios com dezenas de vítimas, muitas das quais são mulheres e crianças. Notícias de tantas pessoas atingidas pelos efeitos das substâncias químicas contidas nas bombas. Oremos por todos os mortos, pelos feridos, pelas famílias que sofrem. Não existe uma guerra boa e uma má. E nada, nada pode justificar o uso de tais instrumentos de extermínio contra pessoas e populações indefesas. Oremos para que os líderes políticos e militares escolham o outro caminho, o da negociação, o único que pode levar a uma paz que não seja a da morte e da destruição”.
Voz do Papa, único grito contra a "diplomacia da hipocrisia"
Alessandro Monteduro tem ainda presente na memória a notícia sobre as dezenas de mortes provocadas por um produto químico em um ataque em Duma, no sábado, outro palco de batalhas na Síria.
E sobre isto fala com a voz embargada:
"Em relação à Síria existe um alto grau de hipocrisia. O ataque com armas não convencionais, o gás, hoje é notícia em todo o mundo. O que não são as centenas de mortos todos os dias, mortos pelas bombas convencionais. O único a não usar a arma da hipocrisia, em voga nas diplomacias internacionais, é o Santo Padre. Que pela enésima vez voltou a lançar um grito desesperado. Muitas vezes desconsiderado".
Cristãos, uma minoria com ulteriores sofrimentos
Os cristãos sofrem ainda mais, "porque não somente sofrem as consequências da guerra como toda a população, mas também porque são uma minoria", observa Monteduro.
"Não esquecer os tantos ministros de Deus assassinados na tentativa de promover o diálogo pela paz, que o próprio Papa incentiva ", diz Monteduro, completando que "há dois dias recordamos o assassinato, em 2014, de um sacerdote holandês em Homs, o último padre cristão presente na cidade. Sem esquecer as recentes tragédias nos povoados onde ainda se fala a língua de Jesus, o aramaico. Sofrimento que se soma ao sofrimento. Dor que se soma à dor. Por isto peço ao mundo para confiar na liderança e sabedoria do Papa Francisco, o único capaz de poder resolver o problema".
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