Conversão pastoral e renovação missionária das comunidades
Cidade do Vaticano
Amigo ouvinte, o quadro “O Brasil na Missão Continental” tem procurado fazer chegar até você – sobretudo a partir da contribuição de nossos pastores – um pouco da experiência concreta em nossas Igrejas particulares deste projeto de animação missionária oriundo da Conferência de Aparecida.
Colocando-se não como uma pastoral ao lado de outras, mas como um espírito que perpassa todas as pastorais, a “Missão Continental” chama nossas Igrejas na América Latina e no Caribe a uma conversão pastoral de nossas comunidades: a passar de uma pastoral de mera conservação a uma pastoral decididamente missionária.
Na edição de hoje vamos revisitar o Documento de Aparecida para ver o que ele nos diz a esse respeito. Para tal, veremos os números 365 a 370 (Conversão pastoral e renovação missionária das comunidades):
365. Esta firme decisão missionária deve impregnar todas as estruturas eclesiais e todos os planos pastorais de dioceses, paróquias, comunidades religiosas, movimentos e de qualquer instituição da Igreja. Nenhuma comunidade deve se isentar de entrar decididamente, com todas suas forças, nos processos constantes de renovação missionária e de abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favoreçam a transmissão da fé.
366. A conversão pessoal desperta a capacidade de submeter tudo a serviço da instauração do reino da vida. Os bispos, presbíteros, diáconos permanentes, consagrados e consagradas, leigos e leigas, são chamados a assumir uma atitude de permanente conversão pastoral, que envolve escutar com atenção e discernir “o que o Espírito está dizendo às Igrejas” (Ap 2,29) através dos sinais dos tempos nos quais Deus se manifesta.
367. A pastoral da Igreja não pode prescindir do contexto histórico onde vivem seus membros. Sua vida acontece em contextos sócio-culturais bem concretos. Estas transformações sociais e culturais representam naturalmente novos desafios para a Igreja em sua missão de construir o Reino de Deus. Em fidelidade ao Espírito santo que a conduz, nasce dali a necessidade de uma renovação eclesial, que envolve reformas espirituais, pastorais e também institucionais.
368. A conversão dos pastores nos leva também a viver e promover uma espiritualidade de comunhão e participação, “propondo-a como princípio educativo em todos os lugares onde se forma o homem e o cristão, onde se educam os ministros do altar, as pessoas consagradas e os agentes pastorais, onde se constroem as famílias e as comunidades”. A conversão pastoral requer que as comunidades eclesiais sejam comunidades de discípulos missionários ao redor de Jesus Cristo, Mestre e Pastor. Dali nasce a atitude de abertura, de diálogo e de disponibilidade para promover a co-responsabilidade e participação efetiva de todos os fiéis na vida das comunidades cristãs. Hoje, mais do que nunca, o testemunho de comunhão eclesial e de santidade são uma urgência pastoral. A programação pastoral há de se inspirar no mandamento novo do amor (cf Jo 13,35).
369. Encontramos o modelo paradigmático desta renovação comunitária nas primitivas comunidades cristãs (cf. At 2,42-47), que souberam buscar novas formas para evangelizar de acordo com as culturas e as circunstâncias. Ao mesmo tempo, motiva-nos a eclesiologia de comunhão do Concílio Vaticano II, o caminho sinodal no pós-concílio e as Conferências Gerais anteriores do Episcopado Latino-americano e do Caribe. Não esqueçamos que como nos assegura Jesus, “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estarei no meio deles” (Mt 18,20).
370. A conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária. Assim, será possível que “o único programa do Evangelho siga introduzindo-se na história de cada comunidade eclesial” com novo ardor missionário, fazendo com que a Igreja se manifeste como uma mãe que nos sai ao encontro, uma casa acolhedora, uma escola permanente de comunhão missionária.
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