Os danos ambientais da mineração
Cidade do Vaticano
O Grupo de Trabalho (GT) da Mineração, criado pelo Conselho Permanente no âmbito da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reuniu-se, pela primeira vez neste ano, na semana passada, com a tarefa de pensar um conjunto de ações para 2018.
O foco do trabalho do grupo, segundo Dom Sebastião Lima Duarte, o bispo de Caxias (MA) e presidente do GT da Mineração, é conhecer melhor a realidade e os impactos da mineração no Brasil. Segundo ele, realidade pouco conhecida ainda pela própria Igreja no Brasil.
Os danos ambientais da mineração
Remoção da vegetação, poluição dos recursos hídricos pelos produtos químicos utilizados na extração de minérios, contaminação de águas superficiais pelo vazamento direto dos minerais extraídos ou seus componentes, como o petróleo: são apenas os prejuízos ambientais causados pela extração descontrolada no território.
O impacto social
Quando a mineração se instala em uma cidade, as consequências são imediatas. A população aumenta desordenadamente, com trabalhadores atraídos pela ilusão do emprego fácil. Os problemas de transporte, moradia, educação e saúde pública se agravam. O setor da mineração é o primeiro em acidentes de trabalho e todos os anos são registrados acidentes fatais.
Papel do GT
Dom André de Witte, bispo de Rui Barbosa (BA), Presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que também acompanha o trabalho do GT da Mineração da CNBB, destaca que quem vê a realidade do ponto de vista do trabalho de Evangelização de uma conferência e da perspectiva de Jesus que veio para que todos tivessem vida, é necessário combater os projetos que ameaçam a vida.
“Estes estão chegando, como rolo compressor, na realidade dos pequenos que sofrem e perdem condições, um exemplo é Mariana e a morte do Rio Doce”, disse.
As exortações do Papa Francisco e suas propostas de preocupação com a casa comum contribuem para dar o rumo e o horizonte de atuação da Igreja neste campo, aponta o bispo.
Minas Gerais e Rio Grande do Sul
O Vatican News contatou Frei Rodrigo Péret, membro do Grupo de Trabalho da CNBB e da Comissão Pastoral da Terra de Uberlândia (MG), que nos faz um quadro da situação em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, onde existe o risco de um colapso social e ambiental, afetando comunidades tradicionais, pescadores e agricultores.
Após 2 anos e meio do desastre de Mariana, ainda não é conhecida a dimensão de seu impacto ambiental e junto às comunidades
“Muitas famílias vivem sem água. Crimes ambientais continuam a ser denunciados, inclusive junto ao Alto Comissariado das Nações Unidas. Quem sofre são sempre os trabalhadores”.
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