Mostra na Basílica São João de Latrão sobre perseguições na URSS
Cidade do Vaticano
Uma iniciativa de profundo valor ecumênico, que leva "ao coração, ideal e espiritual da catolicidade".
Assim o cardeal Gianfranco Ravasi definiu a exposição aberta na Basílica São João de Latrão na tarde de quarta-feira, 30, sobre a história das perseguições e os mártires da Igreja Ortodoxa Russa no século XX, sob o jugo do regime soviético.
Na inauguração da exposição multimídia "Os novos mártires e confessores do Igreja Ortodoxa Russa" - que permanecerá aberta até 13 de junho - estavam presentes, além do cardeal Ravasi, o metropolita Tikhon, presidente do Conselho para a Cultura do Patriarcado de Moscou, e o embaixador russo na Santa Sé, Aleksander Avdeev.
O ano de 2016 marcou o centenário do fuzilamento do imperador Nicolau II e de sua família, bem como o início das perseguições contra a Igreja Ortodoxa Russa, que continuaram de diversas formas e em diferentes intensidades enquanto durou o regime.
Juntamente com a propaganda do ateísmo militante, a autoridade comunista efetuou prisões e fuzilamentos em massa. Um grande número de representantes do clero e de leigos, quase todo o episcopado, conheceram a prisão e a deportação. Muitos deles foram fisicamente destruídos. Alguns religiosos emigraram.
Uma miríade são os novos mártires e confessores que deram testemunho de fé suportando sofrimento e morte: tudo documentado cronologicamente e em forma de multimídia na exposição na Basílica São João de Latrão, "a primeira do gênero fora das fronteiras nacionais”, que “mostra o caminho histórico da Igreja na Rússia soviética através do prisma do heroísmo dos de seus novos mártires", explicaram os promotores, em particular o Conselho Patriarcal para a Cultura e o Fundo de Assistência para a preservação dos valores cristãos, em colaboração com os dicastérios vaticanos da Cultura e da Unidade Cristãos.
O Cardeal Ravasi, que destacou as relações de amizade e colaboração com os escritórios do Metropolita Tikhon (foi ele – disse - a dar-lhe a cruz peitoral que ele usa pendurado no pescoço), falou sobre três aspectos que emergem da exposição: a do "ecumenismo do sangue", que "une as nossas Igrejas e é frequentemente citada pelo Papa Francisco"; o fato de que "o tema do martírio cristão é expresso em uma linguagem absolutamente nova, com o uso da cultura digital, mais adaptada à cultura contemporânea" e o fato de que a exposição é significativa não somente para o diálogo ecumênico, mas “também é significativa para o diálogo inter-religioso”.
“O fundamentalismo - explicou o presidente do Pontifício Conselho para a Cultura - hoje tem pervertido o conceito tão elevado de martírio. Qualquer violência na religião é uma blasfêmia, e esse tipo de martírio é na realidade um assassinato. Aqui, no entanto, ressalta-se a beleza da fé, que nada destrói”.
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