Porto. Igreja de S. Lourenço: novo tempo para a Igreja dos “Grilos”
Rui Saraiva – Porto
A Igreja e Colégio de S. Lourenço, são um conjunto de edifícios na cidade do Porto em Portugal. Foram construídos pela Companhia de Jesus em 1577. A Igreja apresenta um estilo maneirista barroco-jesuítico e é popularmente conhecida como a Igreja dos “Grilos”. Um nome que tem a sua raiz histórica na expulsão dos jesuítas em 1759, por ordem do Marquês de Pombal. Nesse tempo a Igreja foi doada à Universidade de Coimbra até a sua compra pelos Frades Descalços de Santo Agostinho que ali ficaram de 1780 a 1832.
Estes frades vieram de Espanha em 1663, instalando-se inicialmente em Lisboa, no sítio do Grilo, onde rapidamente ganharam a simpatia da povoação, ficando conhecidos pelo nome de "frades-grilos". Instalando-se no Porto em 1780 ficou marcada na linguagem do povo a Igreja onde estiveram. A Igreja dos “Grilos” no Porto.
Durante o Cerco do Porto, no ano 1832, os frades viram-se obrigados a abandonar o convento, tendo este sido ocupado pelas tropas liberais de D. Pedro. Hoje o conjunto é pertencente ao Seminário que o ocupa desde 1834.
Com a intervenção que foi sendo pensada e executada nos últimos anos para o Museu de Arte Sacra e Arqueologia do Seminário Maior do Porto, ganhou força a possibilidade de incluir nesses trabalhos a Igreja de S. Lourenço anexa e incluída no conjunto do edifício do Seminário. Uma intervenção que teve vários momentos como explica o Arq. Pedro Resende Leão que foi um dos responsáveis pela intervenção em todo aquele espaço. “Uma intervenção que começou no Corredor das Lousas”. A reportagem é do jornal diocesano “Voz Portucalense”.
O Arq. Pedro Leão sublinha que, momento importante na intervenção no Museu de Arte Sacra do Seminário Maior do Porto, foi quando este recebeu “o espólio da escultora Irene Vilar”, que está organizado num espaço junto ao acesso às torres e coro alto da Igreja de S. Lourenço. Por essa razão foi decidida a intervenção na Igreja.
Especial visibilidade na visita agora proposta aos turistas na Igreja de S. Lourenço, está reservada ao passadiço edificado entre as torres sineiras da Igreja, que permite uma visão única da cidade do Porto e do Rio Douro – como explica o reitor do Seminário Maior do Porto, o Cónego Alfredo Ferreira da Costa.
“Neste trabalho que estamos a fazer de recuperação da cobertura e das fachadas da Igreja de S. Lourenço, também tornamos acessíveis as torres, com a possibilidade de uma vista sobre o Douro” – afirmou o reitor do Seminário Maior do Porto.
O Cónego Alfredo explica ainda as intervenções na Igreja de S. Lourenço salientando a construção do passadiço entre as torres sineiras:
”A Igreja de S. Lourenço nos últimos 30 anos teve duas grandes intervenções: uma, ao tempo, orientada pela Câmara Municipal do Porto aquando do Porto Património Mundial. Essa foi uma grande intervenção. Esta é menor tratando-se sobretudo de uma correção das coberturas e das fachadas. Nós colocamos um acrescento à Igreja ao colocarmos um passadiço entre as torres que permitiu reabilitar as torres e torná-las visitáveis. E acreditamos que isso seja uma valorização do património tornando-o mais acessível” – afirmou.
No conjunto da oferta cultural do Museu de Arte Sacra e Arqueologia e da Igreja de S. Lourenço ganha especial relevo a animação cultural através de concertos e exposições – revela ainda o Cónego Alfredo Ferreira da Costa assumindo as preocupações pastorais e sociais das várias atividades desenvolvidas com a comunidade do Bairro da Sé, envolvendo os seminaristas.
A Igreja de S. Lourenço, incluída na visita ao Museu de Arte Sacra e Arqueologia do Seminário Maior do Porto, convive, paredes meias, com a Catedral do Porto e o Paço Episcopal e não fica muito longe da Igreja da Misericórdia e da Torre dos Clérigos. É, assim, mais um importante espaço do roteiro religioso e espiritual de uma visita à cidade do Porto.
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