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Conflito no Iêmen contrapõe forças pró-Irã e pró-Arábia Saudita Conflito no Iêmen contrapõe forças pró-Irã e pró-Arábia Saudita  

Vigário na Arábia agradece apelo do Papa, mas alerta para perigo de uma "catástrofe ainda maior"

A ofensiva da coalizão saudita para conquistar no Iêmen o porto de Hudaydah, único ponto de entrada das ajudas humanitárias, continua. Dom Paul Hinder, vigário apostólico na Arábia meridional, diz que a voz do pontífice é uma referência importante ao diálogo, mas alerta para o perigo de uma "catástrofe ainda maior".

Cidade do Vaticano

A voz de paz do Papa Francisco "é a única que ainda pode ter uma certa influência", por isso seu apelo ao diálogo e à reconciliação é "sempre importante". A esperança é que suas palavras encontrem seguidores entre "os encarregados de tomar decisões".

Foi o que afirmou à Agência Asianews o vigário apostólico do sul da Arábia (Emirados Árabes Unidos, Omã e Iêmen), Dom Paul Hinder,  depois do apelo de paz pelo Iêmen lançado pelo Papa Francisco no Angelus de domingo, 17.


O Papa renovou o convite à comunidade internacional para não poupar esforços em levar com urgência as partes envolvidas à mesa de negociações, e assim evitar um agravamento da situação.

Dia de oração pela paz no Iêmen

 

Dom Hinder acompanha com atenção a escalada da violência no país árabe. "Para o sábado 23 de junho – revela o prelado - convoquei um dia de oração no Vicariato, pela Paz no Iêmen. Para não esquecer as vítimas deste conflito e os mártires que são contados até mesmo dentro da comunidade cristã, incluindo as quatro irmãs de Madre Teresa “, mortas em março de 2016 em Aden.

Arábia Saudita x Irã

 

Há dias está em curso no país árabe uma ofensiva de forças sauditas, pela conquista do Porto de Hudaydah, subtraindo-o do controle das milícias Houthi, apoiadas pelo Irã. A área é de grande importância estratégica, pois é o único ponto de chegada de ajuda humanitária, destinada a uma população prostrada por mais de três anos de guerra.

Ao menos 250 mil pessoas correm risco de vida. Neste contexto de guerras e divisões que já causaram pelo menos 10 mil vítimas, soma-se o bloqueio imposto por Riad em novembro. Cerca de sete milhões de pessoas dependem da ajuda e assistência humanitária para sobreviver.

No domingo, 17, pelo quinto dia consecutivo, foram registrados intensos combates. As forças pró-governo, apoiadas pelos sauditas, trocaram morteiros com o Houthi perto do aeroporto. Os militares continuam o avanço do sul a oeste, conquistando cada vez mais porções do território.

Fontes médicas e militares falam de pelo menos 139 combatentes mortos. No entanto, as milícias Houthi negam as versões oficiais e afirmam que a resistência continua. A eventual conquista do Porto de Hudaydah representaria a mais importante vitória da coalizão saudita nesta guerra.

Pessismismo em relação ao futuro

 

Comentando as violência e as tensões, Dom Hinder enfatiza que os combates desses dias em Hudaydah, acontecem em uma "uma área estratégica e vital para o país". Pela região entram ajudas e bens de primeira necessidade, “fundamentais para a sobrevivência de parte da população, especialmente aqueles que vivem nas áreas montanhosas. Se a ajuda parar, será uma catástrofe ainda maior ".

Para o futuro próximo e sobre o desdobramento da situação, o vigário na Arábia não esconde "um certo pessimismo: tudo depende de como os vencedores da ofensiva agirão. O que é certo, é que as tensões estarão destinadas a recair sobre as pessoas. O caminho - conclui - seria – o do diálogo e da reconciliação, mas até hoje, ninguém quis segui-lo. A lógica da combate frontal prevalece, o tudo ou nada”. (Agência Asianews)

Ouça!

 

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18 junho 2018, 15:25