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Haiti: saque de lojas e supermercados, violência generalizada e manifestações Haiti: saque de lojas e supermercados, violência generalizada e manifestações 

Haiti: protestos contra aumento do combustível

As manifestações começaram na última sexta-feira (06/07), causando várias vítimas. No sábado, dia 7, o Executivo, que tinha justificado a medida com a necessidade de equilibrar o balanço do Estado, recuou, mas isso não apaziguou os ânimos.

Cidade do Vaticano

Permanece alta a tensão no Haiti, palco nestes dias de violentos protestos e confrontos contra a decisão do Governo, posteriormente revogada, de aumentar o preço do combustível.

As manifestações começaram na última sexta-feira (06/07), causando várias vítimas. No sábado, dia 7, o Executivo, que tinha justificado a medida com a necessidade de equilibrar o balanço do Estado, recuou, mas isso não apaziguou os ânimos. Nas últimas horas, continuaram o saque de lojas, supermercados e hotéis, violência generalizada e manifestações.

Bispos condenam a violência

A Igreja haitiana acompanha a evolução da situação com preocupação. Numa nota, os bispos condenam a violência, expressando suas condolências pelas vítimas: “Não podemos de forma alguma incentivar a matar, destruir e saquear os bens dos outros e do Estado que deveria ser um bem comum. Destruir e queimar nunca foram uma solução. Pelo contrário, cria mais desemprego e assusta quem quer investir no país para criar emprego”, escrevem no texto.

Segundo os prelados haitianos, não basta parar nas consequências das situações, mas é preciso ir às causas e “encontrar uma solução que possa levar o país à estabilidade, à paz e ao desenvolvimento material, social, econômico, cultural e espiritual”.

Responsabilidades da classe dominante haitiana

Nesse ponto os bispos chamam em causa as responsabilidades da classe dominante haitiana: “A população vem sofrendo há muitas décadas. O povo vive na miséria e não aguenta mais. Há muito tempo deseja uma mudança e por isso quer um governo que possa escutar seu grito de dor e realmente trabalhar para o seu bem-estar”.

Os bispos fazem um apelo a “todas as forças vivas do país” para que contribuam a um “diálogo construtivo” para o seu futuro e desenvolvimento.

Os prelados se voltam para a Comunidade internacional a fim de que seu apoio responda “às necessidades reais da maioria dos haitianos”. A Igreja, por sua vez, “está pronta a continuar fazendo todo o possível para ajudar o povo e mudar suas condições de vida”.

Males que arruínam o país 

Sobre a difícil situação do povo haitiano, o presidente da Conferência Episcopal do Haiti (CEH), dom Launay Saturné, se deteve, em 27 de junho passado, durante a missa celebrada no Estádio Sylvio Cator, em Porto Príncipe, para a festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, padroeira do Haiti, e aniversário de 75 anos da consagração da ilha à Virgem.

Em sua homilia, proferida na presença de várias autoridades do Estado, como o presidente Jovenel Moïse, o prelado denunciou entre os males que arruínam o país a corrupção, a insegurança, a injustiça e o desemprego, convidando os fiéis a rezar para que a vida no Haiti não seja um desastre.

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11 julho 2018, 20:15