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Sacerdote indiano atende confissão na Basílica Santa Maria, em Secunderabad Sacerdote indiano atende confissão na Basílica Santa Maria, em Secunderabad 

Pedido de Comissão para abolir Confissão viola liberdade religiosa, diz cardeal Gracias

A Comissão Nacional para as Mulheres recomenda ao governo indiano a abolição do Sacramento da Confissão em todo o país para evitar casos de assédio e chantagem por parte do clero católico em relação às mulheres.

Cidade do Vaticano

A Comissão Nacional para as Mulheres recomenda ao governo indiano a abolição do Sacramento da Confissão em todo o país. Desse modo - defendem os funcionários de Nova Déhli – se evitaria os casos de assédio e chantagem do clero católico em relação às mulheres.

Com uma mensagem enviada para toda a mídia no sábado, 28, o cardeal Oswald Gracias, presidente da Conferência dos Bispos da Índia (CBCI), respondeu com firmeza: "Fiquei chocado quando li a notícia. Este pedido revela uma total falta de compreensão por parte da Comissão sobre a natureza, significado, sacralidade e a importância deste Sacramento para o nosso povo; ao mesmo tempo, ignora as rígidas leis da Igreja em relação à prevenção de abuso ".

A acusação: os padres pressionariam as mulheres para revelarem segredos

 

A Comissão é uma agência do governo central, encarregada de formular políticas e planos de ação em favor das mulheres na Índia. Em 26 de julho, divulgou um comunicado em que pede a proibição das Confissões, porque "essa prática poderia levar à chantagem das mulheres".

O organismo, presidido por Rekha Sharma, afirma que os sacerdotes "pressionariam as mulheres para revelarem seus segredos".

O pedido é motivado por alguns recentes episódios de assédio ocorridos em Igrejas de Punjab e Kerala: o primeiro envolve Dom Franco Mulakkal, bispo de Jalandhar (Punjab), acusado de estuprar uma freira em Kerala entre 2014 e 2016.

O segundo caso diz respeito a quatro sacerdotes da Igreja síroo-Malankarense em Kerala, que teriam molestado e chantageado uma paroquiana.

No primeiro caso, há suspeitas de que a freira tenha agido motivada por vingança pessoal. No segundo caso, a investigação está em andamento e dois padres estão livres sob fiança.

Cardeal Gracias: pedido absurdo que viola a liberdade religiosa

 

De acordo com o cardeal Gracias, "tal proibição seria uma violação direta de nossa liberdade religiosa, garantida pela Constituição indiana. Milhões de pessoas em todo o mundo ao longo dos séculos têm testemunhado os benefícios espirituais deste Sacramento e da graça, perdão e paz que eles experimentam como resultado recebido deste Sacramento".

"Estou confiante - acrescenta - do fato de o governo irá  ignorar completamente este absurdo pedido da Comissão".

A Igreja deseja promover ainda mais a emancipação das mulheres

 

O cardeal acredita que há "muitas outras questões relativas ao mundo feminino que a Comissão deveria prestar atenção, ao invés de lidar com questões religiosas de que não tem o menor conhecimento: a emancipação das mulheres, a formação de suas capacidades, a prevenção de violência doméstica, organizar um sistema de recuperação e assim por diante".

 Ao mesmo tempo – concluiu - "a Igreja deseja promover ainda mais o desenvolvimento das mulheres na sociedade e está pronta para colaborar com a Comissão nacional das mulheres sobre isso, assim como faz com outras agências." (Asianews)

 

 

 

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29 julho 2018, 19:08