Bispos do Congo pedem à ONU eleições inclusivas e regulares
Cidade do Vaticano
Com um documento enviado ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Conferência Episcopal da República Democrática do Congo informa sobre o estado do processo eleitoral no país, cujas eleições estão programadas para o dia 23 de dezembro de 2018.
Nestes últimos dois anos, a Igreja na República Democrática do Congo (RDC), com o apoio do próprio Papa Francisco, tentou mediar a crise política que atravessa o país.
O Acordo de São Silvestre
O atual presidente interino Joseph Kabila, terminou seu segundo mandato presidencial em 20 de dezembro de 2016, negando-se a convocar novas eleições apesar da Constituição congolesa proibir um terceiro mandato.
Depois de meses de negociações conseguiu-se um acordo em 31 de dezembro de 2016, conhecido como o Acordo de São Silvestre. O Acordo, previa um período de transição, com Kabila presidente, e a convocação das eleições para o dia 23 de dezembro de 2018, com a esperança de manter a calma no país.
Apesar disso, os bispos do Congo advertem que a alegria inicial pela retomada do processo eleitoral pode se transformar "em uma ilusão se não levar à organização de eleições regulares e transparentes, inclusivas e pacíficas”. São palavras de D. Marcel Utembi Tapa, Arcebispo de Kisangani e presidente da Conferência Episcopal do Congo (CENCO) em um documento enviado ao Conselho de Segurança da ONU, com informações sobre o estado do processo eleitoral na República Democrática do Congo.
As preocupações da Igreja
Segundo as declarações da CENCO, se não forem realizadas as eleições de modo democrático e transparente a paz estará em perigo. Além disso, no documento, os bispos enumeram várias suas inquietudes e preocupações como: esclarecimento da situação de milhões de eleitores inscritos nas listas eleitorais sem impressões digitais; falta de consenso quanto ao uso de urnas eletrônicas e sobretudo a falta de segurança.
Paradoxalmente esta situação contrasta com a impressionante militarização do país, sobretudo no Kivu do Norte, que faz despertar a suspeita de que este “clima de insegurança”, seja premeditado e mantido para que possa ser utilizado como pretexto para impedir a organização das eleições no prazo determinado no Acordo.
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