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Durante o congresso, os participantes vão analisar, a partir dos problemas e das esperanças dos pobres, os novos contextos socioculturais, políticos, eclesiais e teológicos da América Latina e do Caribe, diante dos paradigmas emergentes e do clamor da Terra, considerando os horizontes abertos do ecumenismo e do diálogo inter-religioso. Durante o congresso, os participantes vão analisar, a partir dos problemas e das esperanças dos pobres, os novos contextos socioculturais, políticos, eclesiais e teológicos da América Latina e do Caribe, diante dos paradigmas emergentes e do clamor da Terra, considerando os horizontes abertos do ecumenismo e do diálogo inter-religioso. 

Congresso Continental de Teologia em favor dos mais necessitados

Teólogos de todo o continente americano estarão reunidos em San Salvador para o III Congresso Continental de Teologia, a ser realizado de 30 de agosto a 2 de setembro, na Universidade Centro-americana José Simeón Cañas (UCA), capital salvadorenha.

CNBB - Brasília

“Os clamores dos pobres e da Terra nos interpelam. 50 anos da Conferência de Medellín” é o tema do III Congresso Continental de Teologia, que terá lugar de 30 de agosto a 2 de setembro na Universidade Centro-americana José Simeón Cañas (UCA), capital salvadorenha, reunindo teólogos de todo o continente.

O principal objetivo do encontro será “assumir e comprometer-se com os clamores dos pobres e da terra à luz do patrimônio teológico pastoral da Segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Medellín, na Colômbia, em 1968”.

O bispo de Santo André (SP) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Pedro Carlos Cipollini, diz que este tema é de extrema importância e ressalta que a pobreza no mundo não diminuiu com o aumento das riquezas que hoje é algo extraordinário.

“Deveria ter diminuído a miséria, mas ela cresceu porque, com o aumento das riquezas, cresceu o egoísmo e um mundo que precisa de Deus. Antes se adorava o bezerro de ouro, mas hoje se adora o ouro do bezerro enquanto os pobres morrem à porta dos ricos”, destaca dom Cipollini.

O documento de Medellín – assim como os de Puebla (1979), Santo Domingo (1992) e Aparecida (2007), que deram origem à opção preferencial pelos pobres – esteve presente no conteúdo e na metodologia adotada nos precedentes Congressos, realizados sempre no Brasil a cada três anos: São Leopoldo (RS) em 2012 e Belo Horizonte (MG) em 2015.

Durante o congresso, os participantes vão analisar, a partir dos problemas e das esperanças dos pobres, os novos contextos socioculturais, políticos, eclesiais e teológicos da América Latina e do Caribe, diante dos paradigmas emergentes e do clamor da Terra, considerando os horizontes abertos do ecumenismo e do diálogo inter-religioso.

Para o presidente da comissão para Doutrina da Fé da CNBB, essa é uma temática sempre atual, necessária e urgente. “A fé vai precisar da ciência para ver mais claramente, assim as ciências humanas poderão vir ajudar, mas em um segundo momento, após olhar a realidade com os olhos da fé revelada pelo Deus da Vida. Em termos de teologia é necessário deixar claro que Deus sempre vem primeiro”.

Durante os quatro dias de conferências, haverá painéis, workshops, momentos culturais e uma peregrinação aos locais do martírio de quem deu a vida até as últimas consequências, como o futuro santo Oscar Arnulfo Romero.

O bispo de Santo André (SP), ressalta que o trabalho pastoral desenvolvido pela Igreja na América Latina a partir de Medellín foi um momento luminoso da Igreja no Continente mergulhado nas ditaduras militares. Segundo dom Cipollini, o Evangelho apareceu com mais força, as comunidades eclesiais descobriram a vida fraterna que brota do Evangelho e o poder da solidariedade.

“Isto está em curso com novos desdobramentos. Porém houve muito discurso inútil, muitos aproveitadores e pessoas que se puseram a praticar Medellín sem a conversão do coração. Sem coração convertido à pessoa de Jesus e seu modo de ser não há nada na Igreja que possa prosperar. E esta conversão deve ser constante”.

Divulgação

 

A Conferência de Medellín deixou um legado muito importante e original. Ela se reuniu para aplicar o Vaticano II na América Latina. Para o bispo, Medellín vai identificar que o homem concreto na América Latina é o pobre ou melhor o empobrecido. Isto vai ser como um estalo que iluminará a ação da Igreja latino-americana de forma original.

“Medellín vai avante na pergunta sobre o pobre: quem é o grande pobre mergulhado na “kénose” total? É Jesus. Logo ver o pobre é ver Jesus e se a Igreja deve ser parecida com Jesus ela deve ser pobre como o foi Jesus” e finaliza: “Este legado marca e marcará a Igreja Latino-americana para sempre como os primeiros concílios marcaram a Igreja”.

Patrimônio

 

O próprio Papa Francisco, durante a sua visita apostólica à Colômbia, em setembro de 2017, recordou a importância de retornar ao “patrimônio” de Medellín: “é muito mais cômodo transformá-los em lembranças das quais se celebram os aniversários (50 anos de Medellín, 20 de Ecclesia in América, 10 de Aparecida!) do que custodiar e fazer fluir a riqueza deste patrimônio”.

Segundo informações divulgadas pela Agência Fides, a diretora do Mestrado em Teologia Latino-americana da UCA, Martha Zechmeister, declarou: “Evocar Medellín nos leva também a celebrar o testemunho e a autoridade dos mártires que viveram o Evangelho e a opção pelos pobres até suas extremas consequências”.

Maiores informações poderão ser encontradas no site do encontro: http://congreso.amerindiaenlared.org/ e o programa completo no link https://is.gd/wxxUTx.

(Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)

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21 agosto 2018, 14:07