Semana teológica: Sinodalidade, valorizar os carismas de cada um
Cidade do Vaticano
“A sinodalidade é uma dimensão constitutiva da Igreja, todavia, uma dimensão ainda a ser realizada na experiência ordinária de nossas comunidades.” É o que se lê no documento conclusivo dos trabalhos da Semana teológica do Movimento eclesial de compromisso cultural (Meic, na sigla em italiano), realizados em Camaldoli, na região italiana da Toscana, sobre “Democracia e sinodalidade. Imaginar novas formas de participação civil e eclesial”, difundido esta terça-feira (28/08).
Igreja sinodal que reconheça e valorize carismas de cada um
Segundo os mais de 110 participantes da Semana teológica, é urgente criar redes de relações para “contribuir na elaboração de um modelo de Igreja sinodal que reconheça e valorize os carismas de cada um; iniciar uma reflexão sobre o papel do laicato nos processos de decisão na Igreja, a partir do nível paroquial, valorizando as competências de cada um num estilo de corresponsabilidade em igual dignidade; contribuir para o diálogo fraterno entre as Igrejas cristãs, promovendo um intercâmbio de boas práticas e experimentando formas de sinodalidade”.
Percursos formativos comuns para leigos e presbíteros
Ademais, o texto indica a importância de se “ter percursos formativos comuns para a sinodalidade destinados a leigos e presbíteros”, de se “promover o discernimento comunitário sobre questões eclesiais e civis, e de se exercer a corresponsabilidade na decisão, execução e verificação das escolhas feitas”.
Por outro lado, foi também evidenciada a necessidade, “como cristãos e cidadãos”, de se voltar a “participar ativamente do debate social e político” e de se construir “itinerários de cultura política”.
Crise das formas democráticas de participação e de governo
Com relação à democracia, “olhamos com forte preocupação para o momento histórico atual, caracterizado por uma forte crise das formas democráticas de participação e de governo e, mais profundamente, dos próprios princípios da democracia”, lê-se no breve texto.
Segundo o Movimento, “prevalece a ideia de que governar signifique contrapor interesses, de tal modo exasperando, mais do que sanando as fraturas sociais”.
Voltar a participar ativamente do debate social e político
Daí, a urgência de “reencontrar aqueles valores e aquela paixão civil que inspiraram o momento da construção democrática do país quando soube conjugar visão política do bem comum e competências”; de “voltar a participar ativamente do debate social e político, convencidos de que, no debate entre diferentes instâncias e na busca de mediações adequadas, se constrói uma comunidade civil coesa e aberta ao futuro”; de comprometer-nos a construir itinerários de cultura política, relançando o projeto europeu no nível popular e institucional”.
Sugestão do Papa Francisco na Laudato si'
Mas é preciso, além disso, “colaborar com outras associações e ativar iniciativas de estudo para colher os desafios globais do nosso tempo, como o divórcio entre verdade e comunicação e a separação entre finanças e economia real, buscando soluções possíveis e favorecendo práticas a nível local” - como sugerido também pelo Papa Francisco na Laudato si’ - e “promover a introdução de novas formas de participação no sistema de democracia representativa, com a finalidade de informar, discutir e deliberar sobre questões fundamentais”.
(Sir)
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