Solidariedade com migrantes é caminho irrenunciável, dizem bispos europeus
Alessandro Gisotti - Poznan
Diante da migração e dos grandes problemas nacionais e internacionais, "a solidariedade é o caminho principal irrenunciável", afirmam os bispos europeus na mensagem final da Plenária do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), realizada nestes dias em Poznan, Polônia.
No documento, divulgado na manhã desta segunda-feira, 17, o organismo eclesial europeu salienta que a solidariedade "é feita de acolhida" e "de integração". "A cultura do individualismo, que parece prevalecer como pensamento único - advertem - leva a uma visão economicista onde a solidariedade não tem lugar, os mais fracos são sentidos como um peso, e os imigrantes são percebidos como estrangeiros."
Desenvolver um espírito de compreensão e cooperação
"A Europa – lê-se na Mensagem final - deve desenvolver o espírito da compreensão recíproca e cooperação, respirando com seus dois pulmões cristãos - Oriente e Ocidente - o bom ar da solidariedade".
Neste sentido, os prelados recordam que o voluntariado "movimenta milhões de cristãos na Europa", observando a seguir "que estes voluntários de organizações de caridade são capazes de ser como o Bom Samaritano da parábola evangélica".
Colocar o foco na evangelização e no diálogo ecumênico
O documento, então, destaca a importância da formação espiritual também no serviço da caridade e reconhece a "necessidade de evangelizar também nos ambientes das novas pobrezas, como a falta de respeito pela vida, a desintegração da família, a imposição da cultura de gênero, a restrição da liberdade religiosa, os migrantes e refugiados".
A importância do diálogo ecumênico também é reiterada. Um diálogo, diz o documento, "necessário neste período delicado em que vive o continente devido às crescentes tensões dentro dele". É preciso, portanto, "encontrar outros caminhos de colaboração entre as Igrejas no campo da solidariedade".
Solidariedade ao Papa e positivo o encontro com bispos de todo o mundo
Na mensagem, os bispos europeus - como já havia feito o cardeal Angelo Bagnasco, presidente da CCEE, na sessão de abertura da Plenária – expressam proximidade e solidariedade ao Papa Francisco, "agradecendo a ele pela convocação em fevereiro dos presidentes das conferências de todo o mundo para refletir juntos sobre o abuso contra menores".
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