Instituições católicas: retirar investimentos dos combustíveis fósseis
Cidade do Vaticano
Um esforço global para a redução das emissões de gases efeito estufa, através do “desinvestimento do setor de combustíveis fósseis”. Esta foi a iniciativa de um grupo de 19 instituições católicas da Áustria, Bangladesh, Bélgica, Canadá, Fiji, Alemanha, Índia, Irlanda, Itália, Quênia, Paquistão e Estados Unidos, guiadas pela Cáritas da Índia e pela Conferência Episcopal da Irlanda.
O Movimento Católico Global pelo Clima
O anúncio foi dado pelo Movimento Católico Global pelo Clima – que reúne 650 organizações e milhares de católicos que respondem ao chamado do Papa Francisco na Laudato si' para cuidar da criação. Será apresentado por ocasião do “Global Climate Action Summit”, a cúpula internacional dos protagonistas não governamentais engajados em resolver a crise climática que será realizada de 12 a 14 de setembro em São Francisco, na Califórnia.
O “Tempo da Criação”
A decisão foi tomada durante o “Tempo da Criação”, Mês de oração e de ação pela proteção da casa comum compartilhada por milhões de cristãos de todo o mundo, iniciado em 1º de setembro no Dia Mundial de Oração pelo cuidado da Criação, e em programação até o próximo dia 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis. O convite foi feito pelo cardeal Peter Turkson, presidente Dicastério para o Serviço Humano Integral, o Arcebispo de Canterbury, Justin Welby e o Patriarca Ecumênico de Constantinopla Bartolomeu I, e também pelos participantes da primeira oração ecumênica pela criação que reuniu líderes de várias confissões cristãs em Assis no início de setembro.
Arquidiocese de Vercelli participa com entusiasmo
Junto com a arquidiocese de Palermo, a arquidiocese de Vercelli, participa com entusiasmo à iniciativa de desinvestimento de combustíveis fósseis; o bispo dom Marco Arnolfo que guia o movimento afirma: “Independente do que possuímos – e não somos uma diocese rica – se temos economias, conta corrente ou qualquer outro investimento, não queremos absolutamente investir nestas fontes energéticas fósseis que produzem poluição”. “A nossa escolha é clara e é um sinal para toda a diocese para que todos procurem agir em favor de uma sustentabilidade e uma atenção especial à ecologia integral, como deseja o Papa Francisco na Laudato si', quando pede para que passemos a outras fontes energéticas que sejam limpas e renováveis, e não agridam a nossa casa comum”.
Agir contra a cultura do desperdício
Retomando os temas da Carta Encíclica Laudato si', Papa Francisco recordou na recente entrevista ao jornal italiano “Sole 24Ore”, que o sistema industrial, no final do ciclo de produção e de consumo, ainda não desenvolveu a capacidade de “absorver e reutilizar” lixos e resíduos. Francisco sublinhou que é preciso adotar “um modelo de produção que garanta recursos para todos e para as futuras gerações”, e que procure “limitar ao máximo” o uso de recursos não renováveis, moderar o consumo e maximizar a eficiência da exploração, reutilização e reciclagem, com o objetivo de “contrastar a cultura do desperdício que causa danos a todo o planeta”. Na entrevista o próprio Pontífice ainda evidenciou “há muito trabalho a ser feito nesta direção”.
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