Mumbai quer ser uma "diocese verde" para combater as mudanças climáticas
Cidade do Vaticano
A mudança climática "já está em andamento. Não há dúvidas sobre isso. Não há necessidade de nos convencer de que a mudança climática existe. Nós somos vítimas disto há muito tempo", afirmou à AsiaNews Dom Allwyn D'Silva, da arquidiocese de Mumbai e secretário do Departamento para as Mudanças Climáticas da Federação das Conferências Episcopais da Ásia (Fabc).
Dom Allwyn D'Silva foi escolhido pelo cardeal Oswald Gracias - presidente da Conferência Episcopal Indiana, da Fabc e arcebispo da metrópole indiana - para conduzir uma verdadeira reviravolta nos próximos anos da qual a arquidiocese será a protagonista: tornar-se "verde", ou seja, respeitosa com o meio ambiente.
A iniciativa foi lançada pelo purpurado em 15 de agosto e implementada a partir de 1º de setembro, em concomitância com o Dia de Oração pelo Cuidado da Criação.
Crise ambiental, questão moral para os católicos de hoje
Na apresentação do projeto, o cardeal Gracias escreveu que "a Igreja, alarmada pelos sinais do nosso tempo, reconhece que a crise ecológica é o maior desafio do mundo de hoje. Responder a esta crise é parte integrante da missão da Igreja. Quer pelo respeito à criação de Deus quanto pelas preocupações suscitadas por aqueles que foram atingidos por devastações, a crise ambiental é a questão moral dos católicos hoje".
O projeto nasceu como uma resposta à Encíclica "Laudato si" do Papa Francisco. O cardeal admite que os efeitos da mudança só serão vistos a longo prazo.
Mais tarde, ele acrescenta que isso "deve incluir uma abordagem que combine espiritualidade e educação com a tomada de consciência". Por fim, convida todos a cuidar "da nossa casa comum. Que possam os nossos corações estar abertos à contemplação do dom da criação".
Decênio mais quente da história da Índia
Dom D'Silva, por sua vez, informa que "a década de 2008-2017 foi a mais quente da história da Índia. Isso, aliado à má gestão das reservas de água, levou a secas e escassez de água".
O bispo revela que o próprio "Banco Mundial identificou recentemente a mudança climática como a mais grave ameaça ao crescimento potencial da economia indiana e previu uma diminuição nos padrões de vida de quase metade dos habitantes, devido a mudanças nas temperaturas e nas precipitações. O povo indiano merece muito mais que este futuro angustiado".
Poluição atmosférica
Ele também alerta para outro fenômeno: “a principal causa da mudança climática - a combustão de combustíveis fósseis como o carvão - causa uma miríade de outros problemas que causam enorme sofrimento aos indianos”, como “a poluição do ar. Ironicamente – observa - em muitas partes da Índia, cada respiração a mais equivalente a um passo em direção à morte. Em 2018, cerca de 1,8 milhão de indianos morreram devido à poluição do ar". "Fechar nossos olhos para essa realidade significa evitar o olhar de nossa consciência".
(Asianews)
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