Cardeal Brenes: se queremos a paz devemos nos respeitar
Patricia Ynestroza-Cidade do Vaticano
"Se todos queremos a paz, temos que começar a nos respeitar mutuamente. Lamentamos que haja confrontos entre irmãos, famílias divididas polarizadas. Que se quebrem estes muros que estão destruindo as famílias nicaraguenses em suas bases".
Sobre os presos políticos, o cardeal disse no domingo, 16, que ao rezar todas as noites, um dos mistérios do terço é dedicado a eles, para que logo tenham novamente sua liberdade, porque há filhos, mães e esposas que sentem a ausência de seu ente querido.
Agressões e detidos em marchas de protesto
Neste fim de semana, no âmbito das comemorações das “Fiestas Patrias”, os protestos contra o presidente Daniel Ortega continuaram apesar das "ameaças e ataques" contra os manifestantes, conforme relatado por algumas das vítimas de agressões em Manágua.
O protesto atraiu uma multidão, apesar da forte presença policial no ponto de encontro. Horas antes da marcha dois manifestantes "chaves" foram presos. Um deles, Javier Espinoza, que animava os protestos com o seu som, e o outro, o jovem Norwin Gutiérrez Alvarez, responsável por guiar a manifestação para evitar situações de violência.
Camina foi tirado de sua casa em Manágua no domingo de manhã, horas antes de uma nova marcha em protesto contra Ortega, sem uma ordem judicial, disseram seus parentes. Gutierrez, conhecido por andar com capacete, câmera e fones de ouvido, foi capturado em uma rua de Manágua, e até agora seu paradeiro é desconhecido, de acordo com uma denúncia.
O Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh) qualificou os capturados como "presos políticos", porque foram presos sem cometer um crime, um número de mais de 300 pessoas, segundo a agência. Os manifestantes acusaram a Polícia da Nicarágua de "praticar atos de intimidação", aos quais não se curvaram.
Se o diálogo for retornado, uma nova agenda será criada
O cardeal Brenes disse em uma coletiva de imprensa que, caso se retornar ao diálogo, deverá ser feita uma análise do que aconteceu e, com base nisso, as partes devem concordar com a nova agenda a ser seguida. Algo mudou desde que foi interrompido, disse ele, antes havia muita tensão nas manhãs, quase ninguém saía, agora sim. O medo de sair à noite, porém, permanece.
Sobre informações falsas que circulam nas redes sociais, com ameaças de agressão contra igrejas, o cardeal disse que há muitas fofocas, as redes sociais divulgam muitas notícias falsas, e muitos jornalistas levam em consideração essas informações falsas, com muita irresponsabilidade.
Neste sentido, o cardeal pediu aos jornalistas que usassem corretamente as redes sociais, porque a única coisa que cria é mais tensão. Se o jornalista informar sobre as redes sociais, é importante buscar as fontes. As redes sociais devem servir para construir, não para alarmar ou destruir.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui