Ética: médicos católicos portugueses promovem formação em 2019
Rui Saraiva – Porto
A Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP) esteve reunida em Fátima no sábado dia 17 de novembro e decidiu organizar um curso de formação em Ética Médica em 2019. Para compreender melhor as razões que levaram a esta decisão e quais os objetivos e temas desta formação, entrevistamos telefonicamente o Dr. Pedro Afonso, presidente da AMCP, que assinalou que a ética é importante para os médicos mas também para os doentes e suas famílias:
“A Ética Médica é um tema de enorme importância não apenas para nós médicos mas também para os doentes e seus familiares. Nós sabemos que a Medicina atravessa vários desafios, nomeadamente, com os avanços tecnológicos e novas questões éticas que se levantam”.
O Dr. Pedro Afonso referiu, em particular, que a lei da interrupção voluntária da gravidez até às 10 semanas veio interferir e condicionar a prática médica:
“No nosso país temos assistido nos últimos anos a várias iniciativas legislativas que interferem e condicionam a prática médica tendo inclusivamente obrigado à alteração do código deontológico dos médicos. Refiro-me concretamente à aprovação da interrupção voluntária da gravidez que foi legalizada até às dez semanas.”
O presidente da AMCP revelou ainda existir uma vontade legislativa para no futuro legalizar a eutanásia: “… propostas para legalizar a eutanásia o que também interfere claramente na prática médica e levanta problemas éticos importantes” – afirmou.
Por estas razões os médicos católicos portugueses querem formação sobre ética médica marcando, assim, uma posição nesta matéria. Será uma formação dividida em dois períodos: uma primeira em meados de maio e outra em outubro, abordando temas como a eutanásia e a relação médico-doente.
“Vamos abordar questões como a da eutanásia, aspetos éticos relacionados com a relação médico-doente, relacionados também com a ideologia do género reforçando a nossa posição sobre essa matéria que é coincidente com a doutrina da Igreja. Também vamos abordar a experimentação no homem, a capacidade de gestão com ética e também a medicina numa visão integral do Homem” – declarou o Dr. Pedro Afonso.
Esta formação em Ética Médica estará aberta não só para médicos mas também para enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais.
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