Bispos haitianos: desconfiança dificulta o progresso do nosso país
Cidade do Vaticano
Fracassos políticos e sociais, escalada da violência liderada por gangues armadas, muitas vezes protegidas por poderes ocultos, crise econômica permanente que leva ao empobrecimento intolerável, desconfiança geral, corrupção, impunidade, falta de respeito pela sacralidade da vida, ataque descarado contra a dignidade da pessoa humana: muitos são os males que afligem o Haiti e que são denunciados pela Conferência Episcopal do país, na mensagem de Natal.
Deter a degradação do Haiti
Num documento de catorze pontos retomados pela Agência Fides, os bispos haitianos pedem “um diálogo sincero, sem demagogia” para impedir que a nação cave “o abismo de sua aniquilação”.
As autoridades são chamadas às suas responsabilidades, exortando-as a “fazerem todo o possível para deter essa inquietante degradação do Haiti”.
“Vocês devem renunciar aos privilégios excessivos e extravagantes de que desfrutam, em detrimento das necessidades primárias e vitais das pessoas. Vocês precisam agir antes que seja tarde demais. Recordamos que o poder é um serviço”, ressalta a Conferência Episcopal do Haiti.
Os magistrados foram solicitados a “fazerem prevalecer o estado de direito e de justiça num sistema considerado corrupto”, usando “imparcialidade, independência, integridade e coragem”.
Transformação da sociedade
Em seguida, os bispos fizeram um apelo a todas as pessoas: “Vocês, membros da sociedade civil, homens e mulheres de boa vontade, amem sinceramente esse país, trabalhem honestamente para o seu desenvolvimento. A sua tarefa é contribuir para a transformação da sociedade.”
“É preciso resistir a toda cegueira, pressão, ameaça e manipulação”, escreve o episcopado, lançando um grito sincero: “Filhos e filhas do Haiti, tudo o que acabamos de lhes dizer será letra morta e palavra vã enquanto o veneno da desconfiança alterar e distorcer as nossas relações. Devemos reconhecer que a desconfiança gerada pelo medo reina entre nós e dificulta o progresso do nosso país. Devemos lutar”. E essa luta passa “pela educação da consciência por uma cultura da verdade, da lealdade e da probidade. Isso nos permite tornar-nos cidadãos responsáveis”, concluem os bispos haitianos.
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