Trabalhador é morto no primeiro conflito agrário de 2019
Cristiane Murray - Cidade do Vaticano
As primeiras vítimas de conflitos agrários neste ano foram registradas no Mato Grosso: sábado (05/01) uma pessoa morreu e nove ficaram feridas no município de Colniza, noroeste do estado. Duas vítimas em estado mais grave foram transferidas para uma unidade de saúde em Juína. Polícia investiga o caso e já prendeu quatro seguranças da fazenda.
Tragédia anunciada
Em nota, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) afirma que a tentativa de massacre já havia sido anunciada pelo Fórum de Direitos Humanos e da Terra de Mato Grosso (FDHT-MT) e pela CPT. As entidades alertavam para o eminente conflito na região, onde 200 famílias reivindicam o direito à terra e viviam sob a mira de cerca de 30 pistoleiros”, declarou a CPT.
Ainda conforme a Comissão, algumas dessas famílias são posseiras, outras compraram o direito de estar na terra e já moram em lotes há algum tempo, produzindo e criando animais.
As famílias do acampamento eram constantemente ameaçadas por disparos de armas de grosso calibre, inclusive fuzis e fogos de artifícios, na intenção de incendiar os barracos. Todos esses fatos foram denunciados amplamente pelos trabalhadores para o governo do Estado (Governador, Casa Civil, Casa Militar, SESP), bem como para o MPF, OAB e Assembleia Legislativa, solicitando as medidas cabíveis para estancar o conflito”, diz nota do CTP.
Dom Neri José Tondello: mais um derramamento de sangue. Até quando?
"É com muita tristeza que anuncio mais derramamento de sangue na Região Noroeste de Mato Grosso, no município de Colniza. O fato aconteceu na manhã sábado, dia 05 de janeiro de 2019, em torno das 7 horas da manhã. Mortos e feridos, além de outros envolvidos no episódio mancham nossa mãe terra de sangue. Passa ano e outro ano inicia, e os problemas que envolvem a terra continuam com desfecho da pior forma possível. Até quando vamos precisar de mortos para solucionar os problemas do campo? Parecemos filhos sem Pátria e/ou filhos de ninguém!".
A apuração dos fatos e responsabilização dos envolvidos é o que se espera. Que a justiça dê conta de mais um fato trazendo medo e morte.
Alguns dos feridos declaram que nenhum dos posseiros portava arma de fogo. Além disso, de acordo com o delegado à frente da investigação, Alexandre da Silva Nazareth, “os elementos de informação produzidos pela perícia, até o momento, nos levam a acreditar que não houve confronto armado, pois só foram encontradas cápsulas de armas de mesmo calibre dos seguranças da propriedade”.
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