Epifania: experiência viva, de grande atualidade na Turquia
Cidade do Vaticano
“Depois que Jesus nasceu na cidade de Belém da Judéia, na época do rei Herodes, alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: 'Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”. Assim começa o Evangelho de Mateus sobre a Epifania, que é a “experiência viva, de grande atualidade” na Turquia. São palavras de Dom Paolo Bizzeti, 71 anos, há 3 anos vigário apostólico em Anatólia.
Os magos e muitos pagãos que se tornam discípulos
“O texto do Evangelho de Mateus é muito meditado – comenta dom Paolo - é um texto no qual Mateus, depois de muitos anos dos acontecimentos de Jesus e em vista da entrada de tantos pagãos entre os seus discípulos relembra da vida do Senhor e se dá conta de que desde o início, os que estavam longe se aproximaram e ao invés, alguns dos que estavam próximos – infelizmente – se manifestaram como se estivessem longe. Portanto é uma outra reviravolta nos acontecimentos natalinos de Jesus: os que estão longe se aproximam e os que estão próximos reagem com frieza como Herodes, os sacerdotes, os escribas, os que sabem tudo”.
A incrível novidade de um Deus pobre com os pobres
“Sabem quando deve nascer o Messias, onde… mas mesmo assim ficam em Jerusalém, porque estão fechados nas suas dinâmicas de poder, religiosas, enquanto estes magos representam os homens em busca da verdade, de um Deus autêntico e se deixam guiar aceitando finalmente esta maravilha, esta incrível novidade de um Deus que se faz pequeno com os pequenos, carinhoso com os carinhosos, pobre com os pobres. Portanto – novamente – o Evangelho nos apresenta uma reviravolta daquela que é a lógica à qual somos acostumados”.
Os novos magos de hoje, atraídos pela estrela que é Jesus
“Tudo isso para nós, aqui na Turquia, é experiência viva e presente, porque temos pessoas que vêm do Irã, do Afeganistão, do Turquemenistão, de outros países do Oriente, na busca de Cristo para aprofundar a intuição que tiveram de modo extremamente diverso uns dos outros. Alguns pela internet, outros através de livros, ou até sonhos. Tiveram a intuição de que Jesus é a verdadeira estrela de ilumina cada homem e se deslocaram até aqui, neste país, onde certamente a possibilidade de continuar sua busca religiosa é maior do que em seus países de origem. Para nós este trecho de Mateus é de grande atualidade”.
Medo do estrangeiro e os Reis Magos
Considerando que no Ocidente é muito difuso o medo do estrangeiro, perguntamos a Dom Paolo: o que pode nos ensinar este episódio dos Magos?
Dom Paulo responde: “O medo do estrangeiro, o medo do diverso, dos que estão em busca de algo e desestabilizam a situação existe por tudo. Também aqui na Turquia. Certamente acontece na Europa que atualmente se tornou uma fortaleza impenetrável. Creio que devemos encontrar aquela abertura e disponibilidade que os magos representam, ou seja, pessoas que sejam capazes de ir além de si mesmos e de se abrirem. Se não há abertura não pode haver progresso: nem na verdadeira religião nem na vida dos povos. É preciso arriscar esta aventura como eles, que atravessaram países, vieram de longe e que no final colocaram à disposição tudo o que tinham porque isso também é milagre: pessoas que colocam a disposição tudo o que têm para esta pequena família pobre, mas que representa o Senhor, Deus. É uma narração muito simbólica entre a busca humana e revelação divina, entre céu e terra que se encontram na gruta de Belém".
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