Dia Mundial de Combate à Hanseníase: uma doença que ainda existe
Cidade do Vaticano
Neste domingo (27/01) foi comemorado o Dia Mundial de Combate à Hanseníase, também conhecida como lepra. Uma ocasião de reflexão e de coleta de fundos, iniciada em 1954 por Raoul Follereau, escritor e filantropo francês.
É uma doença ainda presente em 143 países. Em 2017 houve 210.671 novos casos de hanseníase relatados à Organização Mundial da Saúde (OMS). Em apenas 12 países, encontra-se 94% dos novos casos da doença. Os países com o maior número de casos são principalmente a Índia, Brasil, Indonésia, Bangladesh, República Democrática do Congo.
A hanseníase, pode ser facilmente curada se for detectada e tratada em estágio precoce. Caso contrário, pode levar a danos irreversíveis nos nervos, membros e olhos.
Crianças estão entre as mais vulneráveis à hanseníase, e enfrentam desafios como deficiências físicas e estigmatização associadas à doença negligenciada, disse uma especialista em direitos humanos das Nações Unidas.
Aumentam os casos no mundo
Guido Barbera é membro da União Internacional das Associações Raoul Follereau que se dedicam à doença de Hansen. Ao falar ao Vatican News, afirma: “A hanseníase ainda existe e, infelizmente, nos últimos anos estamos vendo uma retomada desta doença em alguns países. Porque desde sempre, a lepra é uma doença da miséria, da pobreza, assim como da marginalização. Em alguns países as condições de vida estão piorando. Segundo a Organização Mundial da Saúde todos os anos registrar-se mais de 215 mil novos casos, dos quais parte são multibacilares, ou seja, o estágio mais grave da doença, causado principalmente pelo diagnóstico tardio da mesma. Acontece principalmente nos vilarejos afastados onde não há pessoas preparadas para reconhecer a doença”.
Causas e tratamentos da doença
As principais causas continuam sendo a pobreza, a ausência de serviços higiênicos, de higiene e de alimentação, mas também a ignorância e os preconceitos culturais.
A doença é transmitida pelas vias respiratórias, não é hereditária e, ao contrário do que se acredita, é pouco contagiosa. O tratamento é longo mas eficaz, pode-se conseguir a cura completa da hanseníase em 6 a 12 meses, mas não reabilita as debilidades já adquiridas.
“O Dia Mundial do Combate à hanseníase foi criado para sensibilizar, mobilizar, escandalizar a opinião pública em favor destas pobres pessoas que tem serem consideradas o que são: homens! (Raoul Follereau) ”
Dar novamente a dignidade à pessoa e combater a marginalização
O ponto importante é não só curar o doente, mas dar novamente a dignidade à pessoa. Significa fazer com que o doente, depois de curado, volte ao seu vilarejo, o que não é simples. “Podemos dizer que neste ponto de vista – afirma Barbera – há menos marginalização dos que nos anos 1960 quando começamos a batalha. Mas sabe-se que a ignorância tem um peso importante contra os doentes, portanto não se trata simplesmente de curá-los, mas de curar a sociedade na qual se encontram.
Santos que deram a vida pelos doentes de hanseníase
Vários santos dedicaram suas vidas para aliviar o sofrimento dos doentes de lepra: Jozef Daamian De Veuster santo conhecido universalmente como o Apóstolo dos Leprosos de Molokai, uma ilha do Hawai, e Santa Marianna Cope, passou 35 anos em Molokai trabalhando com outras irmãs a obra de padre Damião. Também Santa Teresa de Calcutá, o beato Jan Beyzym, que passou anos entre os leprosos de Madagascar, o venerável Marcelo Candia e Raoul Follereau, o escritor francês ao qual deve-se a instituição, em 1954, do Dia Mundial de Combate à Hanseníase no último domingo de janeiro.
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