Nicarágua: Núncio faz apelo ao diálogo
Cidade do Vaticano
“Estamos aqui para implorar a paz”. - afirmou Dom Waldemar Stanislaw Sommertag . Agora, ouvindo estas palavras, parecem vazias e são verdadeiramente vazias, se não assumirmos como nossas com a atitude, o compromisso, o amor, a cura das feridas, até chegar ao que é considerado como um ato heróico: perdoar as ofensas sofridas. Invocar o Espírito Santo é necessário para a nossa vida e para cumprir a nossa vocação a ser santos. A Nicarágua – observou o núncio – deve retomar esta vontade ser uma Nação santa, uma Nação pronta a perdoar e a receber o perdão”.
O desejo do Papa: buscar o diálogo
“A mensagem que quero transmitir a vocês é o desejo do Santo Padre, pelo afeto que tem para como povo nicaraguense, que a Igreja trabalhe em todos os lugares para favorecer a construção de sociedades pacíficas e reconciliadas e que encontre no diálgo, o caminho principal para o bem de toda a Nação.
O diálogo que deve ser encaminhado – observou – é o diálogo do próprio Deus: falar entre vocês em família, dialogar com as famílias. Se fizermos este esforço com as nossas famílias, conseguiremos obter a verdadeira paz, cheia de amor. Que possa ser a paz do Senhor, aquele que tem sede do nosso amor, que assim seja a nossa sede”.
A urgência da caridade não pode nos deixar indiferentes
Dom Sommertag afirmou que Deus nos ama, tem uma sede particolar, a sede do amor, da presença de cada um de nós, no Seu coração divino. “A urgência da caridade não pode nos deixar indiferentes, vi com os meus olhos o entusiasmo com o qual vocês receberam o Cristo de Esquipulas que dá grande alegria a cada um de nós porque traz a mensagem deste sede de Deus. Devemos ter sede de Deus, que é a nossa vida, ter sede do Senhor compassivo e misericordioso, para que homens e mulheres possam colocar de lado todos as más ações e pensamentos negativos”.
O convite ao perdão e à santidade
Enfim o Núncio em Manágua convidou a todos para que jamais esqueçam que os santos não são os que estão no paraíso, “os santos somos nós, santa é uma pessoa que não pode viver sem comunicar com Deus. Temos este momento para refletir, para fazer um exame de consciência sobre o fato para ser santo na própria família. Devemos perdoar – disse – também as coisas más que podem acontecer na nossa vida”.
A mediação da Igreja na crise que atravessa o país
A crise na Nicarágua começou em 18 de abril do ano passado, com protestos contra os cortes nas aposentadorias e o aumento de impostos para empresas e trabalhadores decidido pelo presidente Daniel Ortega. Mais tarde, tais medidas foram retiradas, mas as manifestações antigovernamentais continuaram pedindo a demissão do chefe de Estado. A repressão militar causou, segundo algumas fontes, cerca de 500 mortes e numerosas detenções. A Igreja nicaraguense teve um importante papel de mediadora na crise, mas com o aumento das repressões os bispos denunciaram as violações dos direitos humanos e a falta de uma real vontade de dialogar por parte do governo.
Por isso partiram ameaças e os ataques aos expoentes eclesiais por parte dos grupos pró-governo. Os bispos continuam disponíveis a retomar o diálogo pelo bem da população.
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