Imigrantes venezuelanos: acolher, proteger, promover e integrar
Boa Vista - Pe. Jaime Patias/Cidade do Vaticano - Cristiane Murray
A escalada da crise na Venezuela obriga a população a abandonar o país em busca de sobrevivência. Estima-se que mais de 3 milhões já migraram para o exterior. Em Roraima, nas cidades de Pacaraima e Boa Vista, milhares de migrantes se encontram em condições extremamente precárias. A falta de infraestrutura para abrigar, alimentar e dar assistência à demanda de refúgio cria uma tensão social preocupante.
Estimativas do IBGE apontam que mais de 30 mil venezuelanos estão em Roraima, mas apenas cerca de 6 mil estão nos 13 abrigos montados com verbas do governo federal e construídos pelo Exército com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Em Boa Vista, Padre Jaime Patias, missionário da Consolata, acompanha a atuação da Igreja junto aos migrantes e nos relata a sua condição na capital:
“Um bom número está em casas alugadas ou quartos que logo ficam lotados. Sem auxílio, fica difícil pagar aluguel que custa entre R$ 300 e 500 reais. Mas o que impressiona é a quantidade de gente dormindo nas ruas e praças".
“O governo brasileiro concede refúgio, mas as ações de acolhida deveriam garantir também proteção social, saúde, educação, alimentação e segurança para todos. Uma das ações para desafogar Boa Vista é a interiorização de venezuelanos em outros estados. Neste sábado, 2 de fevereiro um grupo de 99 imigrantes viajou com um voo fretado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) rumo a Dourados (MS) onde vão trabalhar em uma indústria de alimentos”.
A particularidade dos voos é que neles viajaram venezuelanos que tinham sido pré-selecionados para empregos fora de Roraima. As companhias publicam as vagas e identifica as pessoas que reúnem as condições necessárias. Depois disso, essas pessoas passam por um processo seletivo que inclui entrevistas e uma análise de currículo.
Um total de 300 venezuelanos mostraram interesse por essas oportunidades de trabalho e participaram da etapa inicial do processo de seleção.
Um dos maiores objetivos deste programa, no qual a OIM colabora com o Exército brasileiro, é reduzir a pressão que há sobre o estado de Roraima, por ser o ponto de entrada de migrantes da Venezuela no Brasil, e facilitar ao mesmo tempo a integração dessas pessoas em outras partes do país.
A Equipe Missionária Itinerante do Instituto Missões Consolata (IMC) formada pelos padres Luiz Carlos Emer, Jaime Carlos Patias e Manolo Loro está dando prioridade às pessoas mais vulneráveis em situação de rua e aos indígenas Warao que estão fora do abrigo.
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