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Papa Paulo VI visitando a Terra Santa, em 1964 Papa Paulo VI visitando a Terra Santa, em 1964 

Coleta em favor da Terra Santa: comunhão e solidariedade com a Igreja em Jerusalém

A iniciativa foi instituída pelo Papa Paulo VI em favor dos Lugares Santos e dos cristãos que vivem no Oriente Médio.

Cidade do Vaticano

Realiza-se, em 19 de abril próximo, a Coleta em favor da Terra Santa 2019 que a Igreja promove no mundo inteiro tradicionalmente na Sexta-feira Santa. A iniciativa foi instituída pelo Papa Paulo VI em favor dos Lugares Santos e dos cristãos que vivem no Oriente Médio. 

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Para a ocasião, o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, cardeal Leonardo Sandri, e o secretário desse organismo,  dom Cyril Vasil, enviaram uma carta às Conferências Episcopais e a cada bispo, intitulada “Comunhão e solidariedade com a Igreja em Jerusalém”, recomendando vivamente a participação de toda a Igreja na Coleta em favor da Terra Santa.

Expressar a nossa solidariedade na caridade

Ressalta-se no texto, divulgado nesta quinta-feira (28/03), que “o caminho quaresmal convida cada um de nós a voltar aos lugares e aos acontecimentos que mudaram o curso da história da Humanidade e a existência pessoal de cada um de nós: são os lugares e os acontecimentos que nos transmitem a memória viva de tudo aquilo que o Filho de Deus incarnado disse, cumpriu e sofreu para a nossa Redenção”.

Segundo a mensagem, “revivendo os mistérios da nossa salvação, podemos pensar, com maior fervor, nos irmãos e irmãs que vivem e testemunham a fé em Cristo morto e ressuscitado na Terra Santa, expressando-lhes a nossa solidariedade na caridade.”

A seguir, recordam-se as palavras do Papa Francisco em sua primeira Audiência Geral, 27 de março de 2013, em que o Pontífice lembrou aos peregrinos: “Viver a Semana Santa seguindo Jesus significa aprender a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos outros; para ir em direção às periferias da existência; ser os primeiros a ir ao encontro dos nossos irmãos e irmãs.”

Ouvir novamente São Paulo VI 

“Este ano, por ocasião da Coleta em favor da Terra Santa, unidos ao convite do Papa Francisco queremos também ouvir novamente São Paulo VI que visitou a Terra Santa, no início de janeiro de 1964, sendo o primeiro Sucessor do Apóstolo Pedro a realizar tal peregrinação.

Na Exortação Apostólica Nobis in Animo, com a qual em 1974 institui a Coleta, afirma: A Igreja de Jerusalém ocupa um lugar de eleição na solicitude da Santa Sé e na preocupação de todo o mundo cristão, enquanto o interesse pelos Lugares Santos, e em particular pela cidade de Jerusalém, emerge mesmo nos grandes consensos das Nações e nas maiores Organizações internacionais. Tal atenção é hoje primordialmente pedida em razão dos graves problemas de ordem religiosa, política e social ali existentes.”                                             

A carta assinada pelo prefeito e secretário da Congregação para as Igrejas Orientais recorda ainda que “hoje o Oriente Médio assiste a um processo que dilacera as relações entre os povos daquela região, criando uma situação de injustiça tal, que esperar a paz se torna quase temerário”.

Cristãos de todo o mundo se mostrem generosos

Na cidade de Bari, em 7 de julho passado, no início da oração do Papa Francisco com os chefes das Igrejas Orientais do Oriente Médio, ressoaram estas palavras: “Sobre esta região esplêndida adensou-se, especialmente nos últimos anos, uma espessa cortina de trevas: guerra, violência e destruição, ocupações e formas de fundamentalismo, migrações forçadas e abandono. Tudo no silêncio de tantos e com a cumplicidade de muitos. O Oriente Médio tornou-se terra de gente que deixa a própria terra e há o risco de ser cancelada a presença dos nossos irmãos e irmãs na fé, deturpando a própria fisionomia da região, porque um Oriente Médio sem cristãos não seria Oriente Médio.”

A mensagem recorda ainda que “a Igreja, como lembra São Paulo VI na Nobis is animo, há muito tempo não fica só olhando. Desde a segunda metade do século passado aumentaram consideravelmente as obras pastorais, sociais, caritativas e culturais, em benefício das populações locais sem distinção, e das comunidades eclesiais na Terra Santa. Para que a presença cristã bimilenária na sua origem e na sua permanência na Palestina possa sobreviver e, mais ainda, consolidar a sua própria presença de maneira ativa a trabalhar no serviço às outras comunidades com as quais deve conviver, é necessário que os cristãos de todo o mundo se mostrem generosos, fazendo afluir à Igreja de Jerusalém a caridade das suas orações, o calor da sua compreensão e o sinal tangível da sua solidariedade”.

Segundo os signatários da missiva, nos últimos tempos houve uma retomada dos peregrinos que visitam a Terra Santa provenientes da China, Índia, Indonésia, Filipinas e Sri-Lanka. “Tal vitalidade apostólica é um grande sinal para a comunidade local, e interpela as comunidades do Ocidente, que são tentadas ao desencorajamento e à resignação, a viver e a testemunhar a fé quotidianamente”, conclui o texto.

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28 março 2019, 12:20