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No último dia 13, o Papa Francisco completou 6 anos de pontificado No último dia 13, o Papa Francisco completou 6 anos de pontificado 

Cooperação é estratégia para não excluir os mais fracos

No início do seu 7º ano de pontificado, o Papa Francisco afirmou que as cooperativas sociais permitem inserir num mesmo método a solidariedade e a vida empresarial.

Rui Saraiva – Porto

No sábado, 16 de março, dia a seguir à conclusão dos Exercícios Espirituais da Quaresma para a Cúria Romana, nos quais esteve o Papa Francisco, teve lugar no Vaticano uma audiência do Santo Padre, na Sala Paulo VI, à Confederação das Cooperativas Italianas, por ocasião do centenário daquela instituição. Um primeiro momento no início do 7º ano de pontificado.

O Santo Padre, no seu discurso, recordou o percurso das Cooperativas de Itália ao qual devemos estar gratos. Francisco recordou a Encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII e afirmou que este “pontífice deu início à grande reflexão sobre a Doutrina Social da Igreja. A sua intuição nasceu da convicção de que o Evangelho não é apenas para uma parte de homens ou da sociedade, mas para toda a humanidade, para torná-la cada vez mais humana” – disse o Papa.

Função social das cooperativas

Foi a função social das cooperativas que o Santo Padre colocou em realce na sua intervenção. É, no fundo, a Doutrina Social da Igreja vivida em gestos concretos de homens e mulheres. Um modelo cooperativo que permite prevenir a tentação do individualismo na economia, satisfazendo as necessidades sociais – frisou Francisco.

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“O vosso modelo cooperativo, precisamente porque inspirado na Doutrina Social da Igreja, corrige certas tendências típicas da sociedade e do Estado, às vezes letais em relação às iniciativas privadas; detém a tentação do individualismo e do egoísmo típicos do liberalismo. Enquanto a empresa capitalista visa só o lucro, a cooperativa satisfaz as necessidades sociais” – assinalou o Papa.

O modelo das cooperativas sociais permite inserir num mesmo método a solidariedade e a vida empresarial provocando, desta forma, o milagre da cooperação através de uma estratégia de equipa – disse o Santo Padre.

“ O milagre da cooperação é uma estratégia de equipa que abre uma brecha no muro de uma multidão indiferente, que exclui os mais fracos” – declarou o Papa.

Lugar prioritário para as mulheres

Francisco no seu discurso às cooperativas Italianas frisou que estas devem sempre promover o bem-estar opondo-se ao individualismo. E deixou um conselho claro em defesa das mulheres que têm um lugar prioritário na vida das cooperativas:

“Num mundo global como o nosso, são, sobretudo, as mulheres que arcam com o peso da pobreza material, da exclusão social e cultural. O tema das mulheres deve voltar a ter um lugar prioritário nos projetos da esfera cooperativa” – disse Francisco no final do seu pronunciamento à Confederação das Cooperativas Italianas um dos primeiros momentos no início do 7º ano de pontificado.

Recordamos que o Papa Francisco completou 6 anos de pontificado no passado dia 13 de março. Foi em 2013 que o Cardeal Jorge Mário Bergoglio assumiu, por eleição em Conclave, a missão de ser bispo de Roma e Pastor Universal da Igreja. Francisco fez até ao dia de hoje 27 viagens internacionais, nas quais visitou 40 países. Publicou as encíclicas “Laudato sí” (Louvado seja) e “Lumen Fidei” (Luz da Fé) e as exortações apostólicas ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do Evangelho), ‘Amoris Laetitia’ (A alegria do amor), e “Gaudate et Exsultate” (Alegrai-vos e Exultai). Três foram os Sínodos: dois sobre a Família e um sobre os Jovens. 2015 e 2016 foram os anos do Jubileu da Misericórdia. 2019 poderá vir a ser o ano da publicação da uma nova organização da Cúria Romana.

Oração pelos irmãos muçulmanos

Entretanto, neste início do 7º ano de pontificado o Papa pediu oração pelos irmãos muçulmanos. Foi durante a oração do Angelus a partir da Janela do Palácio Apostólico no domingo 17 de março. O Papa Francisco deixou uma mensagem às vítimas do atentado na Nova Zelândia contra duas mesquitas na cidade de Christchurch.

“Rezo pelos mortos e feridos e seus familiares. Estou próximo aos nossos irmãos muçulmanos e de toda aquela comunidade e renovo o convite à união, com a oração e gestos de paz, para combater o ódio e a violência” – disse o Papa.

Francisco propôs aos milhares de fiéis presentes na Praça de S. Pedro um momento de oração em silêncio. Relembramos que deste horrível atentado foram confirmados 50 mortos, tendo sido registados 50 feridos, 36 dos quais estão hospitalizados.

Neste início do 7º ano de pontificado o Papa Francisco afirmou que a cooperação é estratégia para não excluir os mais fracos e as cooperativas sociais permitem inserir num mesmo método a solidariedade e a vida empresarial. Ao mesmo tempo, neste início de mais um ano de pontificado, o Santo Padre quis fazer-se presente na dor dos irmãos muçulmanos rezando pelas vítimas do atentado na Nova Zelândia.

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20 março 2019, 14:06