"Não tiro o chapéu, mas o véu para as mulheres da Igreja"
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
“Não tiro o chapéu, mas tiro o véu para as mulheres da Igreja”: palavras da Ir. Maria Inês Ribeiro, presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil, comentando o Dia Internacional da Mulher neste 8 de março.
A religiosa, porém, constata “com dor e lamento” que a Igreja ainda não deu voz e vez à mulher. “A conquista é árdua, mas tem que ser insistente”, afirma a presidente da CRB Nacional:
Digo ainda com dor e lamento que a nossa Igreja ainda – digo com tranquilidade aqui na Rádio Vaticano – a não deu voz e vez à mulher. Não deu. Eu vou pelo Brasil afora, nas comunidades pequenas, as mais sofridas, quem está lá? Quem está sustentando comunidades são mulheres leigas e mulheres religiosas, a grande maioria de nossas comunidades. Os homens diriam “tirar o chapéu”; eu, como sou religiosa e tenho véu, tiro o véu para essas irmãs e essas leigas que eu vejo por aí Brasil afora. Eu acredito muito – é a minha posição pessoal bem tranquila e serena calcada no Evangelho e na experiência - em que nós mesmas construímos esse caminho. O protagonismo da mulher na Igreja é feito com a nossa caminhada, com a nossa influência, com o nosso papel, com o nosso testemunho, com a nossa força e a nossa garra.
A Igreja não é a CNBB
Para a Ir. Maria Inês, não se trata de ser “feministas exageradas”, mas de ser presença capaz de questionar e de dar um testemunho.
A Igreja não é formada por bispos e padres. A Igreja é o povo de Deus. Parece que a Igreja é a CNBB. A Igreja não é a CNBB, com todo carinho e respeito e ouvidos que damos à CNBB, que realmente é uma voz forte no Brasil. Mas não é toda a voz da Igreja. Essa conquista é árdua, mas tem que ser insistente.
Unidade
Para um maior reconhecimento, a religiosa aposta no diálogo:
Eu acredito na nossa Igreja e dou a minha parte e incentivo também os outros religiosos, religiosas, a fazerem bem a sua parte. E falo mesmo nas nossas assembleias: não adianta bater de frente e quebrar a unidade. Isso digo para os leigos e a leigas e principalmente para as religiosas: se você quebrar a unidade, o diálogo com o seu pároco, com o seu bispo, você perdeu o caminho.
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