Nicarágua: bispos convidados para mesa de negociações
Cidade do Vaticano
A Conferência Episcopal da Nicarágua recebeu o convite para tomar parte da mesa de negociações com o governo assinado pelos representantes das duas partes. A notícia foi dada por Carlos Tünnermann, representante da Aliança Cívica ao Diálogo Nacional, ao falar com a imprensa. A Agência Fides recebeu confirmação deste convite por parte do bispo de Estelí, Dom Abelardo Mata, que disse ter recebido o convite oficial, mas também sublinhou que os bispos não querem ser usados para táticas políticas ou acordos paralelos.
Cardeal Brenes e a Quaresma
Na Quarta-feira de Cinzas, o arcebispo de Manágua, cardeal Leopoldo Brenes respondeu aos jornalistas que perguntavam se a Igreja considera importante a Organização dos Estados Americanos OEA e as Nações Unidas como garante no processo de negociação. O cardeal respondeu que "é importante que as partes negociadoras ouçam os sentimentos, os desejos e as necessidades da população".
Ao ser perguntado se as negociações serão concluídas na data estipulada, 28 de março, explicou que se negociará o tempo considerado necessário, “nas negociações pode-se colocar um limite, mesmo terminando antes ou depois, é bom colocar um limite, senão se encaminha em eternas discussões”.
A Conferência Episcopal da Nicarágua se reunirá na sexta-feira (08/03) para decidir quem participará da reunião com o governo e como encaminhar este processo de paz, com espírito de verdadeiro diálogo como disse o Papa.
Negociações
As partes negociadoras afirmam que estão a espera da confirmação dos convites enviados à Conferência Episcopal da Nicarágua e aos Pastores Unidos pela Nação, para que participem na qualidade de testemunhas e observadores.
Já estão sendo considerados os temas para a agenda de discussões. Serão discutidas as propostas de ambas as delegações. O Núncio Apostólico Dom Waldemar Sommertag já está participando na qualidade de testemunha e observador internacional.
Quaresma: orar em silêncio, jejuar e ajudar o próximo
O cardeal Brenes recordou que o tempo da Quaresma nos pede momentos de silêncio para escutar o Senhor que nos fala, silêncio para olhar a realidade que no rodeia e “ver quanta culpa temos cada um de nós”. No silêncio, e não procurar o “cisco nos olhos dos outros mas primeiro ver a trave que está em nós mesmos, tirá-la, não assinalar aos outros, mas assinalar a nós mesmos, devemos ser autocríticos neste tempo de Quaresma”.
Muitas vezes, cada um pode ter dificuldade em aceitar as próprias culpas, “o Senhor nos recomenda uma vida de oração jejum e boas obras. Creio que o tempo da Quaresma é um tempo maravilhoso para a oração, para a reflexão e para o silêncio contemplando a Jesus pregado na Cruz pelos nossos pecados. E dali nos deu a vida a vida eterna. Desejo a todos uma boa quaresma em silêncio, em reflexão e em autocrítica”.
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