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Dom Silvio Báez Auxiliar da Arquidiocese de Manágua Dom Silvio Báez Auxiliar da Arquidiocese de Manágua 

Papa chama Auxiliar de Manágua a Roma

Dom Silvio Báez recebeu a notícia com muita dor no coração, mas ao mesmo tempo com uma profunda paz. E aceitou com obediência a decisão do Papa que o recebeu de maneira fraterna e afetuosa. Estas foram as explicações do cardeal Arcebispo de Manágua Leopoldo Brenes e do auxiliar Dom Silvio Báez durante coletiva de imprensa realizada em Manágua. O Arcebispo Dom Silvio Báez irá para Roma no final das celebrações da Semana Santa

Cidade do Vaticano

O Papa Francisco chamou a Roma o Auxiliar da Arquidiocese de Manágua, dom Silvio Báez. Com uma coletiva de imprensa, solicitada pelo Papa, foi explicada a saída de Dom Silvio da Arquidiocese de Manágua. Estava presente o Cardeal Arcebispo Leopoldo Brenes. O cardeal disse que o Papa pedira que "os bispos explicassem ao povo esta decisão". 

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Como São Paulo

Dom Silvio, inspirando-se no texto da Bíblia, nos Atos dos Apóstolos, nas palavras que São Paulo disse aos presbíteros de Éfeso, falou. Explicando em três pontos a situação: em primeiro lugar, disse, não pedi para sair da Nicarágua. “Quero deixar bem claro que o meu coração sempre esteve aqui, na minha terra, na minha pátria e no meio do meu povo e o meu coração de pastor continuará aqui na Nicarágua. Não pedi para sair, fui chamado pelo Santo Padre. Em Roma me recebeu de maneira muito afetuosa, e fraterna, com um grande interesse pelo meu ministério e pela minha vida e também pela situação da Nicarágua. Escutou-me com muita atenção. Manifesto a vocês com toda a sinceridade, com a mesma que falei com o Santo Padre. Neste momento sinto uma grande dor no meu coração, uma grande dor por não poder estar fisicamente no meio do meu amado povo nicaraguense, especialmente o Santo Povo fiel de Deus, para anunciar com minha voz o Evangelho e para lhes oferecer através da proximidade pastoral uma palavra de consolo e de profecia. Assim como Paulo caiu em prantos com os presbíteros de Éfeso, também eu chorei”.

“Aceito a decisão do Papa e assumo com total obediência amorosa”

Esta decisão do Papa, que o prelado aceita e assume com total obediência amorosa, fez chorar o seu coração recordando o carinho, a confiança, a proximidade do povo nicaraguense, e o apoio, as oração de “nossa gente, dos camponeses, das mães vítimas da repressão, dos jovens perseguidos e sofredores e os que estão nos cárceres. Sinto uma profunda paz que é uma graça especial do Senhor, uma graça que o Senhor dá, a quem por dez anos fez apenas o que tinha que fazer… Não fiz nada mais do que servir a Jesus e ao Evangelho”.

O bispo recordou uma passagem deste encontro: disse ao Papa que muitas vezes pediu a Jesus que o ajudasse a fazer alguma coisa pelo Santo Padre, vendo tantos problemas que o Pontífice enfrenta, com os colaboradores que o desiludem, o Papa sorrindo disse-lhe: “pois o Senhor acolheu o teu pedido porque agora vais ter que vir me ajudar. Abraçamo-nos sorrindo, esta é a obediência da Igreja”.

O Papa confirmou meu ministério

Para Dom Silvio, o Papa Francisco sempre foi sua fonte de inspiração e confirmou suas opções pastorais e seu estilo como Bispo. No encontro com o Papa, depois de mencionar os Carmelitas Descalços, ordem a qual pertence e a Santa Teresa de Jesus, como exemplos de obediência o prelado mostrou um livro que tinha preparado sobre o seu ministério pastoral, um álbum com 60 fotos que o Papa apreciou muito e no final disse: “Isso é o que eu quero e espero dos bispos, para mim foi a confirmação de Pedro a seu irmão”.

Situação na Nicarágua

Depois o Bispo falou sobre a situação na Nicarágua, dando a sua opinião, sua crítica construtiva sobre a situação do país no último ano, recordando que é “um povo sacrificado, um país sequestrado, onde poderes dominam com a mentira, a injustiça, a repressão e a ambição, que infelizmente adoram o deus dinheiro, e deus riqueza, e por eles sacrificam vidas humanas”.

Pastores com cheiro de ovelhas

Por último Dom Silvio disse que sonha com uma Igreja menos diplomática e temerosa e mais profética e valente, uma Igreja que não complique a vida das pessoas, uma Igreja misericordiosa, samaritana, que cuide da dor e das feridas do coração, do corpo e dos relacionamentos.  Feridas do corpo como as que curaram vários pastores durante este ano de repressão disse o prelado. Ser voz dos que não tiveram vozes, ser pescadores de homens, resgatá-los. Pastores com cheiro de ovelha e cheiro de Evangelho. Pediu desculpas por ter tido algum momento falta de generosidade, e que vai com a consciência tranquila de quem cumpriu a sua missão. E com lágrimas nos olhos, agradece ao Senhor por ter-lhe permitido a graça de ter sido pastor no meio deste povo tão bondoso como o povo da Nicarágua.

 

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11 abril 2019, 15:32