Mensagem de Pax Christi, eleições europeias: reencontrar os princípios fundamentais
Cidade do Vaticano
“Escolher um renovado projeto europeu baseado na solidariedade, na fraternidade e na paz”, sobretudo diante de uma influência cada vez maior das correntes nacionalistas e populistas na Europa: esse é o apelo lançado por Pax Christi Internacional, à distância de poucas semanas das próximas eleições para a renovação do Parlamento Europeu.
Projeto europeu trouxe paz e prosperidade ao continente
“O ‘projeto europeu’ foi construído sobre dois pilares paralelos: o controle conjunto dos recursos bélicos e a proteção dos direitos humanos como meio significativo para prevenir a guerra entre as nações europeias”, recorda o movimento católico para a paz.
“A partir de então foram desenvolvidas iniciativas de cooperação europeia, trazendo paz e prosperidade de modo inigualável ao nosso continente”, lê-se no apelo.
70 anos depois, solidariedade é hoje colocada em discussão
Todavia, hoje, 70 anos após a criação das primeiras instituições europeias, “essa prosperidade não é igualmente partilhada, os direitos humanos ainda são violados e a solidariedade é colocada em discussão”.
Além disso, os conflitos armados reapareceram no continente europeu e foi retomada a corrida armamentista. Mais ainda; o afluxo de imigrantes suscita apreensão e medo em todas as sociedades europeias.
“Alguns cidadãos prefeririam que a Europa erguesse muros como meio para impedir esse afluxo e políticos com programas nacionalistas e populistas rejeitam a ideia de diversidade e de cooperação europeia”, deplora Pax Christi.
Propostas de Pax Christi para melhorar projeto europeu
Em seu manifesto, o movimento elenca uma série de propostas para ajudar o projeto europeu auspiciado. Em primeiro lugar, é preciso alcançar os objetivos de paz, prosperidade e sustentabilidade.
Para Pax Christi, o Velho Continente deveria, em particular, investir seus recursos para fazer convergir as “Metas de desenvolvimento sustentável” da Onu em todas as políticas internas e externas; manter a elevação da temperatura terrestre abaixo de 1,5ºC, em linha com o Acordo de Paris sobre o clima; desenvolver uma cultura da paz e da não-violência em áreas dominadas por conflitos; promover e garantir o desarmamento nuclear e a adesão dos Estados ao Tratado sobre o comércio de armas.
União deve fazer mais em defesa dos direitos humanos
No parágrafo intitulado “A Europa como farol de justiça”, o movimento católico internacional considera que “nestes tempos em que os direitos humanos e seus defensores estão sob pressão, a União Europeia deveria fazer mais para apoiá-los”.
A Europa é também “terra de humanidade”, prossegue, e “a migração intercontinental hoje é uma realidade que requer uma resposta coletiva europeia baseada na solidariedade, no respeito pelos direitos humanos e pela justiça, e políticas eficazes para a integração socioeconômica”.
Continente “com um futuro”, a Europa deveria, enfim, “oferecer oportunidade às crianças e aos jovens através de apropriadas políticas educacionais, vocacionais e de trabalho, que incluem a aprendizagem para viver em paz, o respeito pelo pluralismo e a diversidade como um recurso numa sociedade multicultural”.
Pax Christi pode aos eleitores apoio à Europa que queremos
“Não podemos aceitar que um projeto tão generoso – de paz, solidariedade, participação – seja interrompido por causa do medo: medo do futuro desconhecido, medo da diversidade da humanidade que bate à nossa porta, medo de um desastre ecológico que paira”, afirma Pax Christi.
Preocupada com os “populistas e nacionalistas” que estão fazendo ouvir sua voz durante a campanha para as eleições do Parlamento Europeu”, o movimento interpela os eleitores, pedindo-lhes que “apoiem a Europa que queremos: uma Europa pacífica, fraterna e providente para todas as mulheres e todos os homens de boa vontade”.
(L'Osservatore Romano)
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