Dia do Índio: “devem ser respeitados porque são página viva da história”
Cidade do Vaticano - Cristiane Murray e Jane Nogara
Para recordar o Dia do Índio, comemorado todos os anos no dia 19 de abril, temos vários eventos dedicados à valorização da cultura indígena. Porém, deve ser principalmente um dia de reflexão sobre a importância da preservação dos povos indígenas, da manutenção de suas terras e respeito às suas manifestações culturais.
Ouvimos a palavra de Dom Roque Paloschi, arcebispo da Arquidiocese de Porto Velho, em Rondônia. Há muitos anos Dom Roque está comprometido na defesa do meio ambiente e os direitos das populações indígenas.
Consciência dos povos indígenas
Dom Roque inicia se perguntando “O que comemoramos no Dia do Índio?”, depois de expor as dificuldades atuais das populações indígena brasileira, o arcebispo afirma que “temos sim o que comemorar”: “A consciência dos povos indígenas”, acrescentando que “são 519 anos de resistência e que confiam em manter o que conquistaram com tanto sofrimento”.
Dom Roque continua dizendo que “é interessante esta consciência nas comunidades indígenas de resistir à avalanche de destruição dos direitos duramente conquistados na Constituição da Cidadania de 1988”. O arcebispo faz questão de lembrar que “na ocasião, um grande jurista brasileiro disse: ‘Foi a maneira que o Estado brasileiro quis pagar essa dívida histórica’, porque até então os povos indígenas sempre foram vistos como uma população que precisava de tutela”.
Pequena semente que não morre
Dom Roque recordou o "Acampamento Terra Livre" que é a maior mobilização nacional que reúne, há 15 anos, na capital federal, representantes de povos indígenas de todo o Brasil, e que neste ano tem a previsão da presença de 3 mil lideranças indígenas. Essa presença é importante para fazer incidências junto às instituições governamentais pelos seus direitos. “E isso tem surtido efeito? Sim, acreditamos que sim” continua Dom Roque, “essa pequena semente dá esperança a esses povos, por mais que tenham sido massacrados, ela não morre”. “E isso é uma grande lição para todos nós”.
O arcebispo da Arquidiocese de Porto Velho conclui: "que tenhamos essa consciência que Papa Francisco colocou de maneira magistral sobre os indígenas. “São para nós, essa riqueza, essa página viva da história, que nos mostra essa relação harmoniosa com a criação e com a casa comum”. "Que verdadeiramente os povos indígenas possam ter os seus direitos respeitados e sobretudo a dignidade que buscam ter".
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