Páscoa dos migrantes venezuelanos em Boa Vista
Cidade do Vaticano
“Vemos a cruz em todas as famílias que dormem nas ruas, nas pessoas que chegam famintas e que deixaram suas casas e suas vidas do outro lado da fronteira”, são palavras da Ir. Ires, religiosa scalabriniana, ao Vatican News sobre o estado de espírito com o qual ela e suas coirmãs, acolhem e ajudam nestes dias de Páscoa, os migrantes venezuelanos que, fugindo da fome, atravessam a fronteiras e se estabelecem em Boa Vista.
Migrantes e desnutridos
As irmãs scalabrinianas estão há cerca de um ano em uma missão na cidade de Boa Vista, capital do Estado de Roraima, servindo no âmbito pastoral os migrantes da diocese. “Estamos perto da fronteira – conta Irmã Ires – e acolhemos todos os dias milhares de imigrantes que chegam da Venezuela. De fato, na Venezuela, contam, falta tudo, remédios, comida, serviços de saúde…”.
Estruturas de acolhida lotadas, migrantes pelas ruas
A religiosa fala das difíceis condições que se encontram para acolher os imigrantes: “Nós não temos um centro de acolhida, trabalhamos tanto com os migrantes que moram nas ruas e que não têm onde dormir, como com os que estão alojados nas 13 estruturas montadas pelo governo que atualmente estão lotadas, com mais de 8.000 pessoas”. Irmã Ires e as outras irmãs oferecem assistência também aos que conseguiram alugar pequenos apartamentos ou quartos para não dormir na rua. Além disso estes migrantes sofrem muito com o problema da integração pela falta de trabalho, por isso vivem de trabalhos ocasionais que fazem levando consigo toda a família.
O cuidado pastoral dos migrantes
“Levamos comida a todos mas nos dedicamos também ao cuidado espiritual – explica ainda Irmã Ires – mesmo se é uma situação de emergência, damos a todos os migrantes a possibilidade de participar das celebrações religiosas”.
Durante a Páscoa, foram celebradas algumas Missas em espanhol para facilitar a participação dos venezuelanos presentes na cidade. A liturgia do Domingo de Ramos iniciou justamente com um grupo de venezuelanos. “Para eles a Páscoa é como viver a Paixão de Cristo – disse a religiosa – e a Ressurreição é um sinal de esperança”.
Ao comentar o sofrimento das famílias que imigram as Irmãs Scalabrinianas dizem que revêem a Paixão em todas as famílias e crianças que dormem nas ruas. Por fim, Irmã Ires conta que as famílias de migrantes não pretendem se deslocar de Boa Vista e de outras cidades da fronteira porque cultivam a esperança de voltar à sua pátria, de voltar a viver em suas casas junto com seus parentes.
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