"O Papa é o nosso despertador, não deixa a vida consagrada feminina cochilar"

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

Das duas mil superioras de todo o mundo, 820 delas se reuniram em Roma para a Assembleia anual da UISG (União Internacional das Superioras Gerais), representando um “exército” de quase 1 milhão de religiosas em todo o mundo.

A “constelação” brasileira foi guiada pela Ir. Silvânia Aparecida Pereira Coelho, superiora da Congregação das Servas da Santíssima Trindade, que declarou estar “maravilhada” com o “mini mundo” que encontrou em Roma da vida consagrada:

Desafio da identidade

Já a Ir. Márian Ambrósio, superiora das Irmãs da Divina Providência, ressaltou o desafio maior que a vida religiosa feminina deve enfrentar: a questão da identidade. Nisto, o Papa Francisco é um “despertador”, pois não as deixa cochilar:

"A vida religiosa feminina começa com um desafio que é fundante: o desafio da identidade. A gente soube fazer muito bem a questão da educação, da saúde, da assistência social. Na passagem do mundo, principalmente nos países onde a educação já é assumida pelo Estado ou por outras entidades, a passagem deste “fazemos isto” para “testemunhamos isto” é o maior de todos os desafios. É ali que gera também a crise vocacional, isto é, a jovem não se identifica mais com alguma coisa que ela vai fazer. A vida religiosa tem que se encontrar na sua raiz. Sem dúvida, o maior desafio que enfrentamos é esta passagem, que é no nível da identidade: quem somos nós mulheres religiosas hoje e não o que nós fazemos. Não o que ela faz, mas aquilo que ela testemunha."

Despertador

"O Papa é quem acorda a gente, ele coloca na nossa frente o caminho, com cada dia uma nova provocação. Ele é muito aberto ao diálogo. Eu defino o Papa Francisco como um despertador: você não consegue dormir. Se você cochila um momento, ele acha o jeito de te acordar."