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Povoado destruído pelos Fulani em junho de 2019 Povoado destruído pelos Fulani em junho de 2019 

Incitação ao ódio leva ao risco de guerra civil na Nigéria, alerta bispo

Os Fulani são de religião muçulmana, enquanto que os agricultores na sua grande maioria são cristãos, por isso há temores de que uma disputa nascida por razões econômicas e climáticas se transforme em um conflito religioso e tribal. Os Estados mais atingidos por estes conflitos na Nigéria são Plateau, Benue, Nasarawa, Taraba e Adamawa. Na Nigéria há muitas tribos, algumas majoritárias, mas nonorte, os Fulani, são uma das tribos mais numerosas.

Cidade do Vaticano

"A difusão de discursos de incitamento ao ódio contra os pastores Fulani, existente nas redes sociais, constitui uma ameaça à unidade e à paz da Nigéria": este é o alerta lançado por Dom Matthew Hassan Kukah, bispo de Sokoto, Nigéria, ao pronunciar-se nos dias passados em um seminário sobre "Fake News e discursos de incitação ao ódio", organizado pelo Centro de Estudos Africanos Olusegun Obasanjo, da Universidade Nacional Aberta da Nigéria, em Abuja.

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O precedente dramático de Biafra

O prelado recordou como historicamente os discursos de ódio contra um determinado grupo de pessoas tenha precedido os genocídios, em diversas partes do mundo. Em particular, Dom Kukah comparou o incitamento ao ódio contra os Fulani ao que aconteceu aos Igbo, antes da guerra civil nigeriana, entre 1967 e 1970, quando muitas regiões igbo tentaram se separar, autoproclamando a "República de Biafra". Na época, o governo central respondeu com um cerco à região Biafra, provocando a morte milhões de civis de fome.

Não à categorização étnico-religiosa

Advertindo, portanto, que o país hoje está em um precipício muito perigoso, Dom Kukah convidou os líderes do país a manterem a situação sob controle e a todos os nigerianos a serem custódios de seus irmãos, evitando o uso do critério da categorização étnico-religiosa em suas relações.

O espectro do genocídio

Digno de nota, que na Nigéria os confrontos entre fazendeiros e pastores Fulani causaram a morte de centenas de pessoas e o deslocamento de milhares de outras.

O ex-presidente Olusegun Obasanjo escreveu uma carta aberta ao presidente Muhammadu Buhari, alertando-o sobre o risco de um "genocídio no estilo ruandês" na Nigéria, caso o governo não tome medidas imediatas para acabar com a violência.

 (Agência Fides)

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31 julho 2019, 16:04