Economia e migrações: concluída Plenária dos bispos colombianos
Cidade do Vaticano
O fenômeno migratório, a pessoa humana no centro de toda atividade econômica, a reforma agrária, a aplicação dos acordos de paz, a proteção dos menores: esses foram os temas aprofundados pela Conferência Episcopal Colombiana durante a Assembleia Plenária concluída sábado (06/07) em Bogotá e dedicada ao tema “A economia a serviço da dignidade humana e do bem comum”
Atenção às várias realidades sociais
Tratou-se de uma semana de reflexão que serviu para a projeção pastoral evangelizadora da Igreja católica no país sul-americano, com o olhar “focalizado sobretudo nas desigualdades existentes entre os cidadãos, ou seja, o que chamamos de fosso social ou distância entre ricos e pobres. Analisamos os problemas do trabalho, os modelos econômicos, tudo aquilo que pode contribuir para a visão das várias realidades sociais”, ressaltou, na coletiva final de imprensa, o arcebispo de Villavicencio e presidente do episcopado, Dom Óscar Urbina Ortega.
O empenho político dos cristãos
Para um cristão, o empenho político, o uso dos bens e sua relação com a criação são muito importantes. Por isso, na última assembleia trabalhamos sobre o tema da política, nesta, detivemo-nos sobre a economia e em fevereiro de 2020, após o Sínodo sobre a Amazônia, trataremos da nossa relação com a criação”, anunciou o prelado.
Ver, julgar, agir: essas foram as linhas que guiaram o discernimento. E agir, disse ainda Dom Urbina Ortega, significa também exortar os empreendedores a um exame de consciência, à partilha dos interesses comuns, a “pensar mais nas fontes de trabalho que podem oferecer”, porque “preocupa que numa nação dotada de grandes riquezas naturais e potencial humano haja níveis tão elevados de desigualdade”.
O fenômeno migratório
Mas foi ao fenômeno migratório, certamente ligado aos temas sociais e econômicos do país, que a assembleia dedicou grande parte de seu trabalho. O bispo de Cúcuta, Dom Víctor Manuel Ochoa Cadavid, falando sobre a imigração proveniente da Venezuela (iniciada em 2015, mas intensificada a partir de 2017 por causa da crise política, econômica e social), disse que toda a Colômbia deve responder a essa crise com caridade e fraternidade:
“Hoje a Igreja quer ser uma mão que acolhe, alimenta, guia e acompanha essas pessoas em suas dificuldades e creio que que essa seja a intenção da maioria dos colombianos. A Igreja está fazendo isso e é necessário que outras instituições se unam a essa necessidade e ajudem diante desse drama.”
Fenômeno dos sem pátria cada vez mais evidente
Com a onda migratória de cidadãos venezuelanos na Colômbia começa a tornar-se sempre mais evidente o fenômeno dos sem pátria: milhares de crianças nascidas sem uma nacionalidade definida.
Dom Ochoa Cadavid, cuja diocese confina com a Venezuela, afirmou que os direitos desses menores devem ser respeitados: “Se nasceram na Colômbia, deveriam ser acolhidos”, disse, ressaltando que, mediante a Fundação Asilo Andresen, duzentas e onze crianças foram assistidas entre os 2 e 7 anos, garantindo-lhes, junto a outras instituições, os direitos principais.
Além disso, em geral, todas as dioceses estão mobilizadas na assistência aos venezuelanos do ponto de vista alimentar, médico e psicológico, afirmou ainda o prelado.
(L’Osservatore Romano)
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