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Familiares dos presos massacrados no Cárcere de Altamira Familiares dos presos massacrados no Cárcere de Altamira 

Pastoral Carcerária se manifesta sobre o massacre de Altamira

Comunicado do padre Gianfranco Graziola, da Pastoral Carcerária Nacional da CNBB sobre o massacre de Altamira

Cidade do Vaticano

No dia 29 de julho, depois de uma rebelião na Prisão de Altamira, 58 pessoas, sendo a última registrada nesta quarta-feira (31), morreram em consequência de um verdadeiro massacre dentro da prisão.

Recordamos que a unidade prisional de Altamira tem capacidade para 200 reclusos, mas alberga atualmente 311 prisioneiros. Este é um dos maiores massacres em presídios em 2019. Em maio, 55 presos foram mortos em quatro diferentes presídios de Manaus. Em 3 de janeiro de 2017, 33 presos morreram na maior prisão de Roraima, na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), em Boa Vista. Também naquela ocasião, a maioria das vítimas foi decapitada.

Abaixo, as considerações do Padre Gianfranco Graziola, da Pastoral Carcerária Nacional da CNBB.

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Comunicado da Pastoral Carcerária

"Após a morte, de mais 57 pessoas no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no Pará, a Pastoral Carcerária Nacional emitiu uma nota em que afirma que esses episódios de mortes no sistema Carcerário, ocorrido dois meses após o massacre de Manaus não são casos isolados, mas consequências diretas do funcionamento do sistema prisional.

A Pastoral denuncia a tentativa do Estado, através da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará, SUSIPE, que em sua versão oficial afirmou ser a tragédia resultado de um ataque de uma facção à outra, de afastar a responsabilidade do Estado sobre as mortes, consequência inevitável do sistema prisional, cujo funcionamento leva a produção de dor e sofrimento. Esta tentativa de retirar o Estado desta equação também serve para tornar um fato tão estarrecedor quanto a morte de 57 pessoas em um acontecimento banal, assim como fez o presidente da republica quando questionado sobre ocorrido.

A mesma entidade afirma que, o discurso do Estado sobre a abertura de novas vagas com o ciclo infindável da construção de novos presídios em nada combate os efeitos mortíferos da política de encarceramento em massa, nem reduz a violência.

Os massacres ocorridos em 2017 em Manaus, Roraima, Rio Grande do Norte, que pontualmente se repetiram com os ataques do inicio do ano no Ceará, o massacre de Manaus e as dezenas de mortes em Altamira, são a evidencia que não se trata de uma crise no sistema prisional  e sim de um projeto que se está intensificando, de uma máquina de moer gente que está em pleno funcionamento, cujo resultado são a tortura e as mortes diárias nas celas pelo pais afora.

A Pastoral Carcerária Nacional se solidariza com todas as vitimas, com todos os presos de Altamira e seus familiares e enquanto massacre, mortes continuarem acontecendo e ocorrendo atrás das grades, estaremos denunciando e lutando contra o sistema prisional e para um mundo sem cárceres". 

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31 julho 2019, 14:41