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Manifestantes em San Juan pedem a renúncia do governador Ricardo Rosselló Manifestantes em San Juan pedem a renúncia do governador Ricardo Rosselló  

Bispos também pedem demissão do governador de Porto Rico

A situação do governador Ricardo Rosselló pode se tornar insustentável nesta segunda-feira, quando os opositores de governador prometem realizar a maior manifestação desde o início da crise e forçar sua renúncia.

Cidade do Vaticano

Na última sexta-feira, 19 de julho, os bispos católicos de Porto Rico uniram-se a setores da sociedade civil, pedindo a renúncia do governador da ilha, Ricardo Rosselló.

A crise política no país teve início depois da publicação de conversas entre o presidente e os membros do Executivo, em que não faltaram insultos e injúrias contra figuras públicas porto-riquenhas.

A posição dos bispos

 

"Há dois princípios de governança democrática" - diz a declaração dos bispos enviada à Agência Fides – “que foram pisoteados pelo governador e seus colaboradores. Primeiro, o senhor abusou do direito fundamental ao respeito e à tutela da dignidade humana. Em segundo lugar, abusou de sua posição como governador, que deve ser um espaço sagrado de governo diante de um povo que o elegeu por voto democrático".

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"Você, senhor governador" - prossegue a declaração dos bispos porto-riquenhos - "abusou ao corromper e atacar pessoas e grupos que participam de nossa convivência democrática, e portanto, não pode continuar a exercer seu papel".

O documento é assinado pelo bispo de Ponce e presidente da Conferência Episcopal de Porto Rico, Dom Rubén González, pelo arcebispo de San Juan, Roberto González Nieves, vice-presidente da Conferência Episcopal de Porto Rico, pelo bispo de Mayagüez, Dom Álvaro Corrada del Río, e por Dom Eusebio Ramos Morales, bispo da Diocese de Caguas.

Os protestos no país tiveram início após a divulgação pelo Centro de Jornalismo Investigativo no sábado, 13, de conversas entre integrantes do governo onde zombavam e insultavam jornalistas, artistas, políticos e mulheres.

Crise econômica e corrupção

 

A ilha ainda tenta se recuperar da destruição provocada pelo furacão Maria, mas não só. São mais de dez anos de recessão econômica e uma dívida de US$ 70 bilhões que provocou uma moratória e a prisão de funcionários do governo por fraude de US$ 15,5 milhões entre 2017 e 2019.

Os porto-riquenhos são obrigados a viver com apagões diários, estradas sem iluminação. Os que perderam suas casas devido ao furacão Maria moram em imóveis provisórios. Além disso, várias escolas permanecem fechadas desde a passagem do furacão pela ilha.

Para agravar a situação, a Junta de Supervisão Fiscal - órgão criado pelo Congresso dos Estados Unidos para tentar resolver a colossal dívida de Porto Rico - ameaça cortar as aposentadorias dos funcionários do governo.

Neste contexto, o conteúdo das mensagens vazadas foi o estopim de uma crise que precisava de um pequeno empurrão para explodir.

A situação de Rosselló pode se tornar insustentável nesta segunda-feira, quando os opositores do governador prometem realizar a maior manifestação desde o início da crise e forçar sua renúncia.

(Com Agencia Fides e Efe)

 

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