Incêndios na Amazônia: o apelo que chega dos bispos mexicanos e paraguaios
Eugenio Murrali, Andressa Collet – Cidade do Vaticano
A respiração do mundo parece se reduzir. A dimensão dos incêndios se prolongou e, depois do Brasil e da Bolívia - os países mais atingidos, as chamas alcançaram o Paraguai, onde estão queimando 40 mil hectares de florestas na região do Chaco.
As Conferências Episcopais do Brasil, México e Paraguai lançam apelos por medidas urgentes em defesa da Amazônia. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, ordenou o envio do exército e prometeu “tolerância zero” contra crimes ambientais, mas foi criticado pela sua gestão com a emergência por chefes de Estado do G7 que, a partir deste sábado (24), participam de encontro em Biarritz, na França.
O presidente francês, Emmanuel Macron, foi um deles, além da chanceler alemã, Angela Merkel. Ela pediu que, da cúpula do G7, saia uma mensagem clara para que a Amazônia pare de queimar. Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ofereceu ajuda ao Brasil para parar com os incêndios na Amazônia.
A carta dos bispos mexicanos
A Comissão da Pastoral Social da Conferência Episcopal do México expressa profunda preocupação pela situação: “erguemos a nossa voz e a unimos àquela de tantos irmãos e irmãs que sentem nos seus corações a dor e a morte” da nossa Casa Comum. Os bispos pedem que a política possa intervir e que “os governos” que tem condições de trazer soluções para combater esses incêndios “que o façam de maneira urgente, pois está em risco a vida de todos os seres vivos que ali moram e o futuro das gerações”.
Na carta, a Comissão exorta ainda a “unir os esforços” e enfatiza com o desastre na Amazônia nos lembra “que o nosso território está em perigo, porque na nossa Casa Comum tudo está interligado”. “É urgente” um consenso das nações para que “tomem decisões que corrijam as atitudes egoístas e destrutivas”, ligadas ao modelo econômico tecnocrático.
O apelo da Conferência Episcopal do Paraguai
Os bispos do Paraguai também entraram no debate, apoiando as posições do Celam e expressando proximidade às populações limítrofes, ainda mais atingidas daquela do país pelas devastações dos incêndios que, lembram os prelados, estão fazendo danos de dimensões planetárias.
Na nota, eles citam o documento de trabalho do Sínodo para a Amazônia e recordam o peso que ocupa hoje no nosso planeta “a cultura do descarte”: “acreditamos, como as autoridades do Celam, que a unidade e a solidariedade dos governos dos países amazônicos, sobretudo do Brasil e da Bolívia, das Nações Unidas e das comunidades internacionais, devam tomar medidas urgentes para salvar o pulmão do mundo”.
Os bispos lembram, enfim, as palavras do Papa Francisco na homilia da missa para o início do seu ministério petrino: “gostaria de pedir, por favor, a todos aqueles que ocupam papeis de responsabilidade em âmbito econômico, político e social, a todos os homens e mulheres de boa voante: sejamos ‘protetores’ da criação, do desenho de Deus inscrito na natureza, protetores do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e de morte acompanhem o caminho deste nosso mundo!”.
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