CPLP: “Mobilidade é crucial para um sentimento de pertença”
Domingos Pinto - Lisboa
“A mobilidade é crucial para um sentimento de pertença, de apropriação da organização pelos seus cidadãos. Nós queremos, e Cabo Verde tem feito um esforço enorme para que isso venha a ser uma realidade”.
A afirmação é do secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, e marcou o debate no passado dia 23 de outubro promovido pela Sociedade de Geografia de Lisboa e pela Obra Católica Portuguesa das Migrações.
Um debate que juntou peritos desta área, sobretudo ligados aos “media”, que partilharam preocupações e desafios da organização lusófona.
O embaixador Francisco Ribeiro Telles considera que “a CPLP sem mobilidade não é a verdadeira CPLP”, e sugere “um acordo a várias velocidades”, uma forma de ajudar a ultrapassar dificuldades que alguns países membros estão a criar nesta matéria.
Na mesma linha apontam as declarações à VATICAN NEWS de Vítor Ramalho, secretário executivo da UCLLA, União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, que considera que é necessária “vontade política” para dar passos nesta questão, oportunidade para destacar também o papel da igreja católica na lusofonia, sobretudo no processo de paz em Moçambique.
Por sua vez Eugénia Quaresma, diretora da Obra Católica das Migrações diz que é preciso que a ação da CPLP possa chegar “ao cidadão mais desfavorecido”, e aponta algumas preocupações relacionadas com “a liberdade de circulação para os cidadãos da CPLP e a concessão de vistos”.
“Experiência e Itinerários da CPLP” e “O que pensa o cidadão comum sobre o Projeto CPLP”, foram temas analisados por vários oradores neste debate, entre os quais jornalistas especializados em assuntos africanos como Xavier de Figueiredo, António Soares Lopes (Toni Tcheka) e António Pacheco, da Comissão de Migrações da Sociedade de Geografia de Lisboa.
António Pacheco entende que “é preciso saber o que é a CPLP, e saber o que é que as pessoas sabem sobre a CPLP, e o que é que esperam da CPLP”.
“Aqui há muitas raivas, muitas invejas e, de fato, poucas ideias sobre o que é este espaço e o que é que este espaço pode fazer”, precisa o jornalista.
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