Fieís argentinos com a imagem peregrina de Nossa Senhora de Luján, padroeira da Argentina Fieís argentinos com a imagem peregrina de Nossa Senhora de Luján, padroeira da Argentina

Bispos argentinos: reforçar cada vez mais os valores fundantes da Nação

“No início de um novo período da nossa democracia, pela qual optamos de maneira irreversível, queremos caminhar com os argentinos para consolidá-la todos os dias cada vez mais. Pedimos a Deus que nos ajude a fim de que o percurso democrático se traduza em vida digna, desenvolvimento integral, trabalho para todos, acesso à saúde e educação de qualidade”, afirmam os bispos argentinos ao término de sua Assembleia plenária

Cidade do Vaticano

“Como cidadãos responsáveis somos chamados a formar um povo que, para além das divergências, tenha pontos de referência estáveis capazes de constituir um projeto comum. Isso pressupõe um renovado esforço para superar as várias formas de violência e para construir a amizade social.”

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Conclui-se desse modo a mensagem El fortalecimiento de nuestra Nación, documento difundido pela Conferência Episcopal Argentina durante os trabalhos da Assembleia plenária que foi encerrada na sexta-feira (08/11) em Pilar.

Com os argentinos, consolidar a democracia dada vez mais

Após as eleições presidenciais de 27 de outubro próximo passado que decretaram a vitória de Alberto Fernández, os bispos fazem votos de um “reforço” das instituições e dos valores fundantes do país:

“No início de um novo período da nossa democracia, pela qual optamos de maneira irreversível, queremos caminhar com os argentinos para consolidá-la todos os dias cada vez mais. Pedimos a Deus que nos ajude a fim de que o percurso democrático se traduza em vida digna, desenvolvimento integral, trabalho para todos, acesso à saúde e educação de qualidade. Reconhecendo a imensa dignidade de toda pessoa, podemos dizer que as maiores hipotecas do país continuam sendo a pobreza, a exclusão e a desigualdade.”

Esforço renovado por diálogo sincero e busca de consenso

A pátria – lê-se na mensagem – “pede a todos um esforço renovado por um diálogo sincero e a busca de consenso a fim de gerar sínteses que possam ir além. A grandeza da nossa liderança se manifestará nesta tentativa se souber incorporar também os esforços e as considerações dos mais pobres”.

Em seguida, os bispos citam o documento Hacia un Bicentenario en justicia y solidaridad – Rumo a um bicentenário na justiça e solidariedade – (2010-2016), de 14 de novembro de 2008, recordando que “a nova questão social compreende tanto as situações de exclusão econômica quanto as vidas humanas que não têm sentido e não podem mais reconhecer a beleza da existência” (n. 25).

Firme escolha ética nos vários níveis da vida social

Uma passagem é dedicada ao “crime da corrupção” que “nos tenta a todos de diferentes modos”: um reforço real da democracia “não será possível sem uma firme escolha ética nos vários níveis da vida social, sem uma verdadeira divisão dos poderes do Estado e uma participação diária e generosa de todo argentino”, conclui o episcopado.

O segundo dia da plenária teve a participação, entre outros, do presidente do Centro de Proteção à Criança da Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma, Pe. Hans Zollner, S.J..

Prevenção de abusos contra menores e pessoas vulneráveis

“Os desafios da Igreja no mundo de hoje incluem certamente o dever de fazer todo o possível a fim de que os episódios de abuso não se repitam e de ser honestos com os casos verificados ao longo dos últimos tempos.”

“[Devemos ser abertos – prosseguiu o jesuíta – a receber sugestões também do mundo da ciência e das organizações que trabalham há muitos anos na prevenção dos abusos contra menores e pessoas em situações de vulnerabilidade.]”

“Comprometidos com a prevenção podemos ser testemunhas do Reino de Deus que nos quer ao lado dos mais indefesos, dos mais necessitados, que são os jovens, meninos, meninas. Estamos juntos nesta missão. É minha oração e meu desejo para toda a Igreja na Argentina”, disse ainda.

Sínodo sobre a Amazônia

Entre os temas abordados durante os trabalhos também o recente Sínodo sobre a Amazônia (“dom” para o desenvolvimento da pastoral aborígene na Argentina) e a importância de valorizar a cultura da vida e de redescobrir a vocação da família “escola de fraternidade e de solidariedade”, como explicou o presidente da Pontifícia Academia para a Vida, o arcebispo Vincenzo Paglia, convidado do quarto dia de assembleia plenária dos bispos argentinos.

(L’Osservatore Romano)

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11 novembro 2019, 14:06