Bispos franceses: um convite à conversão, sinodalidade e colegialidade
Cidade do Vaticano
Um caminho sinodal de conversão para sanar as feridas profundas que o escândalo da pedofilia na Igreja causou nas vítimas e em todos os fiéis, mas também para enfrentar as novas emergências no mundo de hoje que a interpelam diretamente: a começar, pela emergência ambiental, migratória e pelos novos desafios apresentados pela bioética.
Foi a indicação de fundo da Assembleia plenária dos bispos franceses reunidos de 5 a 10 de novembro em Lourdes, e que teve, pela primeira vez, a participação dos leigos, além de sacerdotes, religiosos e diáconos. O presidente da Conferência episcopal, dom Éric Moulins-Beaufort, repercorreu os temas abordados durante a sessão.
Conversão, sinodalidade e colegialidade
Em seu discurso conclusivo, o arcebispo de Reims se deteve sobre três palavras-chave que representam as “diretrizes” da Igreja francesa dos próximos anos: conversão, sinodalidade e colegialidade.
A conversão – ressaltou – deve começar pelos próprios bispos “cujo papel não é o de conservar as estruturas, mas caminhar rumo ao Reino de Deus”, purificando a Igreja dos males que corroeram sua credibilidade, notadamente, o escândalo dos abusos sexuais.
Abusos na Igreja: obra necessária de purificação interna
A esse propósito, o presidente da Conferência Episcopal Francesa (CEF) reiterou a gratidão dos bispos franceses às vítimas por terem feito a verdade vir à luz ajudando a Igreja nesta obra necessária de purificação interna, e confirmou o compromisso assumido pelos próprios bispos “a mostrar concretamente” que reconhecem as causas de seus sofrimentos inclusive através de um coerente ressarcimento econômico.
Em seguida, o arcebispo evocou a importância central ressaltada pelo Papa Francisco da sinodalidade e da colegialidade na vida da Igreja. Um método que os bispos franceses pretendem seguir.
Conversão ecológica
Nesse sentido, disse, eles se comprazem com o fato que tantos movimentos, associações, serviços e grupos eclesiais aprendam a trabalhar juntos contribuindo “plenamente para a construção da Igreja como unidade na diversidade”.
Outro tema em primeiríssimo plano durante os trabalhos foi o da “conversão ecológica” para proteger a casa comum das ameaças que recaem sobre ela.
Ecologia integral inseparável da Eucaristia
A Igreja não se converteu ao catastrofismo, mas também tem consciência da necessidade urgente de mudar os atuais modelos de produção e de consumo que determinaram a atual emergência ambiental e climática, como solicitado por Bento XVI na Caritas in Veritate e por Francisco na Laudato si’ e como confirmado pelo recente Sínodo para a Amazônia.
A contribuição da Igreja sobre essa questão – foi ressaltado pela assembleia – deve ter uma sólida base teológica consciente de que a ecologia integral evocada pelo Papa Francisco é inseparável da Eucaristia.
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