Bispos bolivianos convocam mesa de diálogo nacional
Cidade do Vaticano
A Conferência Episcopal Boliviana (CEB), representantes da União Europeia e das Nações Unidas, convocaram oficialmente na segunda-feira, 18, uma mesa nacional de diálogo, com três objetivos: pacificar o país, definir acordos para novas eleições gerais, concordar a eleição de um novo Superior Tribunal Eleitoral.
Bispos pedem novas eleições, transparentes e confiáveis
Dom Aurelio Pesoa Ribera, bispo auxiliar de La Paz e secretário geral do CEB, leu um comunicado durante uma coletiva de imprensa, na qual também estava presente Dom Eugenio Scarpellini, bispo de El Alto e diretor nacional das POM Bolívia.
"O diálogo é a maneira apropriada para superar as diferenças entre os bolivianos, por isso convidamos todos a responder a esse convite. Realizar novas eleições, transparentes e confiáveis, é a melhor maneira para superar as diferenças de forma democrática e pacífica. Pedimos à mídia e aos líderes midiáticos para diminuírem o tom das declarações públicas para facilitar o diálogo e a compreensão entre todos", lê-se no texto enviado à Agência Fides.
O comunicado conclui, pedindo que "Deus abençoe e ajude a todos, especialmente os líderes políticos e sociais, a cumprirem as próprias responsabilidades pessoais e históricas pela pacificação do país".
A Palavra de Deus não pode ser usada como propriedade de um partido político
A Bolívia viveu momentos de violência durante os confrontos entre os grupos favoráveis e contrários ao ex-presidente Evo Morales, agora no exterior. Paralelamente às propostas políticas, criou-se um confronto popular sobre símbolos religiosos.
A Agência Fides cita o editorial do Infodecom, que explica que "não é uma guerra entre Deus e a Pachamama". "Embora a imprensa internacional tenha escrito frases como 'A Bíblia retorna ao Palácio do Governo' ou 'Deus expulsou a Pachamama do Palácio', acreditamos que a Palavra de Deus não pode ser usada como sinal de supremacia racial ou como propriedade do partido. A presença desses sinais sagrados, como a Cruz ou o Rosário, deveria ser gradual e, em nenhum caso, ser vista como um troféu ", escreve Infodecom no editorial.
Não se trata de voltar no tempo em que se governava com a cruz e a espada
"Não caiamos na armadilha de um setor político, social ou cultural, apropriando-se de sinais e símbolos que pertencem a todos e que representam sobretudo a verdade, o caminho e a paz, isto é o oposto da violência destes dias", continua o editorial .
"Percebemos que os bolivianos mortos nestes dias, policiais, jovens, plantadores de coca ou sindicalistas foram sepultados sob uma cruz, com a oração do Pai-Nosso e, no melhor dos casos, com a celebração litúrgica por um sacerdote".
"Não se trata de voltar ao tempo em que se governava com a cruz e a espada, porque esse foi um erro histórico cujas consequências a imagem da Igreja está pagando ainda hoje. Acreditamos que o papel da religião pode ser muito útil para neste momento dramático. A religião não permanecerá sozinha nas sacristias como muitos gostariam ... Precisamos iniciar uma escola de reconciliação”, conclui o texto. (Agência Fides - CE)
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